Hédio Ferreira Jr. - Especial para o Correio
postado em 13/03/2016 07:05
O PMDB começou a cumprir ontem um ;aviso prévio; de manter-se no governo por mais 30 dias até que o diretório nacional ; comandado pelo vice-presidente da República, Michel Temer ; decida se pula fora do barco comandado pela presidente Dilma Rousseff. Até lá, nenhum cargo ministerial deverá ser aceito pelo partido, o que deixa a ida do deputado federal Mauro Lopes (MG) para a Secretaria da Aviação Civil em suspenso. A decisão foi tomada durante convenção nacional, em Brasília.
[SAIBAMAIS]Ao adiar a tomada de decisão sobre a debandada do governo, o partido quer, na verdade, aguardar as manifestações de hoje, previstas nas principais capitais do país, para sentir o termômetro das ruas e a resposta da sociedade aos últimos fatos da crise política. Em seu discurso no encontro, Temer optou pela neutralidade, sem bater nem afagar o governo do qual faz parte. Cobrado por correligionários para que assumisse uma posição mais contundente sobre a saída do governo, refutou.
;Não é hora de dividir os brasileiros, de acirrar os ânimos, de levantar muros. A hora é de construir pontes;, disse, sem citar a presidente Dilma, as manifestações sociais ou mesmo sobre o lançamento de candidatura própria pelo partido, assunto recorrente em discursos anteriores.
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O PMDB comanda atualmente seis pastas: a da Saúde, com Marcelo Castro; a de Ciência, Tecnologia e Inovação, com Celso Pansera; a de Minas e Energia, com Eduardo Braga; a do Turismo, com Henrique Eduardo Alves; a da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, com Kátia Abreu; e a Secretaria de Portos da Presidência da República, com Helder Barbalho.
Até a chegada de Temer, do ex-presidente José Sarney, de ministros do partido e dos presidentes do Senado, Renan Calheiros (AL), e da Câmara, Eduardo Cunha (RJ), quem assistia à reunião com centenas de militantes poderia imaginar estar diante de um partido de oposição. Os caciques da legenda chegaram juntos ao auditório do encontro. Os pedidos de ;saída já; e ;fora, PT; e a defesa contundente do abandono imediato do governo eram defendidos aos gritos, tanto por quem estava na tribuna quanto pelos que apenas assistiam.
;Um dos malefícios do nosso partido ; que precisa ser controlado ; é o apego aos cargos;, declarou Geddel Vieira Filho, ex-vice-presidente da Caixa e, há pouco tempo um dos principais articuladores do PMDB por espaço no governo, especialmente quando ministro da Integração Nacional. ;Esse governo vai cair. O que temos que decidir é onde queremos estar no momento em que isso acontecer;, gritava o deputado federal Carlos Marun (MS).
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