Iracema Amaral/Estado de Minas
postado em 14/03/2016 12:11
A Justiça Federal do Paraná disponibilizou nesta segunda-feira o depoimento na íntegra do do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva à Polícia Federal, após ser conduzido coercitivamente na sexta-feira (4) para depor por determinação de mandado expedido pelo juiz Sérgio Moro, coordenador da da força-tarefa da Operação Lava-Jato. O depoimento durou cerca de três horas no escritório da Polícia Federal no Aeroporto de Congonhas, zona sul paulistana. Segundo o deputado federal Paulo Teixeira (PT-SP), as declarações foram prestadas para dois procuradores na presença de três advogados, entre eles Roberto Teixeira e Cristiano Zanin Martins.Leia mais notícias em Política
No depoimento, Lula fala sobre diversos diversos assuntos, como as palestras que o ex-presidente concedeu após deixar o Palácio do Planalto e a ligação com um sítio em Atibaia, interior paulista. Também foram alvo de questionamentos, a relação de Lula com o apartamento tríplex no Guarujá, no litoral de São Paulo, e os bens que Lula recebeu nos dois mandatos na presidência do país, que devem ser mantidos por ele como acervo histórico. (Clique aqui e veja o depoimento na ínetgra)
Lula foi levado coercitivamente para depor após denúncia do Ministério Público Federal (MPF). Promotores que investigam Lula afirmam que o Instituto Lula recebeu de empreiteiras, investigadas na Lava-Jato, R$ 20 milhões em doações e que a LILS Palestras, de propriedade do ex-presidente, recebeu R$ 10 milhões. Investigadores querem saber se os recursos vieram de desvios da Petrobras e se foram usados de forma lícita. Parte do dinheiro foi transferido do Instituto Lula para empresas de filhos do ex-presidente, e o MPF apura se serviços foram de fato prestados. O MPF também suspeita de suposta lavagem de dinheiro por parte do ex-presidente na compara de um apartamento, no litoral paulista, e de um sítio, no interior de São Paulo. Lula nega ser o donos dos dois imóveis.
Após ser liberado pela Polícia Federal, em pronunciamento na sede do diretório do PT, em São Paulo, Lula protestou contra a forma com que foi levado para dar esclarecimentos. O ex-presidente foi trazido de sua casa, em São Bernardo do Campo, na região do Grande ABC, sob um mandado de condução coercitiva. Lula argumentou que já havia atendido a intimações anteriores da Polícia Federal e que, portanto, não precisava ser conduzido debaixo de vara.
Além da condução coercitiva, foram expedidos mandados de busca em diversos endereços do ex-presidente, como parte da 24; fase da Operação Lava Jato. Segundo o procurador da República, Carlos Fernando Lima, Lula recebeu pagamentos, seja em dinheiro, presentes ou benfeitorias em imóveis das maiores empreiteiras investigadas na operação policial.