O ministro das Cidades, Gilberto Kassab (PSD-SP), um dos que ganhou mais visibilidade no segundo mandato da presidente Dilma Rousseff, evitou falar se, com o agravamento da crise política, ele deve permanecer no governo. Kassab é fundador de um dos partidos com a maior bancada na Câmara dos Deputados, onde tem início o processo de impeachment da presidente.
Em cerimônia de entrega de 499 unidades residenciais do programa Minha Casa Minha Vida em Luziânia, município de Goiás que fica a 60 km de Brasília, o ministro direcionou seu discurso às famílias beneficiadas e não falou sobre política no palanque.
Em entrevista à reportagem, o ministro não respondeu se permanece no governo. Com o agravamento da crise política e a possibilidade de impeachment da presidente, os principais partidos da base, como o PMDB, ensaiam uma saída do governo, com o abandono de cargos em ministérios e secretarias.
Leia mais notícias em Política
Kassab é presidente licenciado do PSD e fundou o partido em 2011, quando levou com ele diversos deputados de oposição para a base do governo Dilma. Atualmente, o partido compõe uma das maiores bancadas da Câmara dos Deputados, onde terá início a tramitação do processo de impeachment da presidente.
O ministro assumiu o cargo em janeiro de 2015 e ganhou visibilidade ao viajar o País fazendo entregas de complexos residenciais e obras de infraestrutura e saneamento básico.
Manifestações
Kassab reconheceu como democráticas as manifestações de oposição ao governo, que tomaram as ruas no último domingo. "É uma manifestação própria da democracia. As pessoas colocam suas posições, preocupadas com a economia e com o que vem sendo apontado pelo Judiciário", afirmou em referência às investigações da operação Lava Jato que, nas últimas semanas, se aproximaram do ex-presidente Lula.
Por outro lado, o ministro enalteceu a posição da presidente Dilma de reconhecer a manifestação popular e não interferir nas investigações em curso. "Ela reconheceu o valor das manifestações, da democracia e não interferiu em nenhum momento na apuração de nada, inclusive de pessoas que já participaram ou estão no seu governo, na sua base", afirmou.
Kassab classificou a atitude da presidente como "republicana", e defendeu que a postura traz a ela mais "respeitabilidade" por parte da população brasileira.