Agência Estado
postado em 16/03/2016 06:20
Em delação premiada, o senador Delcídio Amaral (PT-MS) sugere que a classe política tem despertado interesse por cargos ligados à área de saúde pela possibilidade de repasse de valores de laboratórios farmacêuticos.O petista disse que o atual ministro Edinho Silva (Comunicação Social) o orientou a procurar um laboratório farmacêutico para pagar uma dívida de R$ 1 milhão de sua campanha eleitoral para o governo de Mato Grosso em 2014.
Delcídio cita o laboratório EMS e diz acreditar que "a mesma situação ocorreu com outros candidatos que podem ter se utilizado de laboratórios farmacêuticos para os mesmos fins ilegais similares". De acordo com ele, no entanto, o pagamento não chegou a ser efetuado após a vinda à tona de irregularidades com o laboratório.
Ainda na delação, o senador petista afirma que questões envolvendo laboratórios farmacêuticos e planos de saúde na arrecadação de propina tem despertado interesse de lideranças políticas na indicação de cargos para a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) e para a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), da mesma forma como ocorreu nos cargos da Petrobras.
[SAIBAMAIS]
O ministro da Secretaria de Comunicação Social, Edinho Silva, distribuiu nota classificando a informação como "mentira escandalosa". "A afirmação é uma mentira escandalosa. Jamais mantive esse diálogo com o senador, jamais mantive contato com as mencionadas empresas, antes ou durante a campanha eleitoral. Isso é facilmente comprovado", declarou Edinho.
Seguindo ele, "as doações para a campanha de Dilma Rousseff em 2014 estão todas declaradas ao Tribunal Superior Eleitoral, bem como os fornecedores". Acrescentou ainda que "as contas da campanha foram todas aprovadas por unanimidade pelos ministros do TSE".