Manifestantes estão reunidos em frente ao Palácio do Planalto para protestar contra a nomeação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para o cargo de ministro chefe da Casa Civil. Em um trio elétrico, os organizadores convocaram nova manifestação para amanhã, às 10h, no mesmo local. O objetivo é evitar que Lula tome posse como ministro.
O protesto teria sido organizado, entre outras entidades, pelo Movimento Brasil Livre. De acordo com a Polícia Militar do Distrito Federal, a manifestação já reúne 5 mil pessoas. O número, porém, começa a aumentar com a chegada de mais manifestantes vestidos de amarelo. Com o fim do expediente em alguns órgãos públicos, funcionários dos ministérios também desceram para participar do ato. Ainda segundo a Polícia, 50 PMs e 60 policiais do batalhão do Exército trabalham no local.
Por volta das 21h30, os presentes começaram a se dispersar. Alguns seguiram em direção ao Congresso Nacional. Eles tentaram subir a rampa do prédio, mas foram impedidos pela polícia legislativa. Sem conseguir acessar a rampa, os manifestantes se concentraram no gramado, mas a polícia atirou bombas de efeito moral para dispersar o grupo.
Os manifestantes cantaram o Hino Nacional várias vezes. Um carro de som que tentava chegar ao local, foi impedido de ficar na frente do Planalto. A PM informou que o limite de acesso de carros de som em protestos é a Alameda das Bandeiras, que fica em frente ao Congresso Nacional.
Há informações de que a presidente Dilma Rousseff deixou o Palácio do Planalto. Os manifestantes começaram a gritar pedindo a renúncia da petista. O agora ministro Lula - que acabou de ser nomeado oficialmente em uma edição extra do Diário Oficial da União - não está em Brasília.
Por volta das 21h, os presentes atearam fogo em pneus. Mais cedo, um pequeno grupo de pessoas favoráveis ao ex-presidente Lula e à presidente Dilma Rousseff também compareceu ao ato. Houve confronto entre os dois grupos. A PM reagiu com cassetete e gás de pimenta.
Um homem foi retirado da manifestação. Ele foi acusado de atirar uma bomba, mas, sem localizar o artefato, a PM não pôde provar que ele soltou a bomba. Assim, ele foi mandado embora.
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Parlamentares da oposição participam do protesto. Eles teriam, inclusive, tentado inciar a manifestação, mas, barrados pela segurança, voltaram ao Congresso Nacional. Agora, com a chegada de outros manifestantes, eles começam a retornar para a porta do Planalto.
Confundido com um oposicionista, o deputado Carlos Marun (PMDB-MS) chegou a ser hostilizado pelos presentes. Marun é aliado do presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e é um dos responsáveis por tentar blindá-lo no Conselho de Ética.
No plenário da Câmara, diversos deputados também protestam e gritam o pedido de renúncia da presidente Dilma.
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O trânsito na Esplanada dos Ministérios foi interrompido. A via N1 está fechada até a porta do Palácio do Planalto. Assim, os motoristas que vêm da L4 Norte não conseguem acessar a pista, que segue no sentido Rodoviária do Plano Piloto.
Munidos com apitos, panelas e instrumentos musicais, os participantes do protesto gritam palavras de ordem e xingamentos contra o ex-presidente. Entre os gritos ecoados, estão "Lula ladrão seu lugar é na prisão" e "Lula cachaceiro devolve o meu dinheiro". Os manifestantes também portam faixas com dizeres favoráveis ao juiz federal Sérgio Moro e pedidos para que os motoristas buzinem em apoio ao ato.
Quem começou a incitar o movimento após as 19h40 foi Kim Kataguiri, do Movimento Brasil Livre, que do alto do carro de som pede a prisão de Lula.
No Twitter, a tag #OcupaBrasília lidera a lista dos assuntos mais comentados do país. Ontem, internautas criaram um abaixo-assinado virtual para impedir a nomeação de Lula. Sob o título de "Não aceito Lula como ministro do meu Brasil", o documento já conta com 117,6 mil assinaturas.
Uma senhora de 95 anos que participou da manifestação afirmou que deseja mudar o país e que não quer viver uma ditadura novamente.
Trio elétrico
Os dois trios elétricos que agitam a movimentação em frente ao Congresso Nacional foram alugados por meio de financiamento coletivo. Coordenador nacional do Movimento Brasil Livre, o advogado Rubens Nunes, 27, explica que a adesão foi espontânea. "Cheguei em frente ao Planalto e, com o tanto de gente que estava se reunindo, decidimos alugar o trio", afirma Nunes.
O advogado acredita que a aglomeração de mais de 5 mil pessoas até agora tem a ver com a insatisfação da população com a nomeação de Lula. "As pessoas ficaram sabendo da notícia e vieram pra rua", diz Nunes.
O turismólogo Claudiano Pinto, 42, foi um dos que contribuíram com a vaquinha. "Ainda não sei quanto vou ter que pagar, mas tinha que fazer parte", afirma o manifestante.
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