postado em 17/03/2016 06:39
A divulgação do telefonema entre a presidente Dilma Rousseff e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva com a sugestão de que a mandatária agiu para evitar a prisão do petista acirrou os ânimos no Congresso Nacional na noite de ontem. No plenário da Câmara, de um lado, em coro, deputados da oposição pediram a renúncia da petista. Do outro, governistas gritavam ;golpistas;. O bate-boca generalizado levou ao encerramento da sessão. No Senado, o conflito entre parlamentares também levou ao fim dos trabalhos. Antes, a oposição já havia criticado durante o dia a nomeação de Lula como ministro e líderes entraram com ações populares para tentar impedir a posse do ex-sindicalista.[SAIBAMAIS]O coro de ;renúncia, renúncia; começou minutos após ser divulgada a gravação. ;Depois de um diálogo como esse, antirrepublicano, é impensável um governo permanecer no poder;, disse o deputado Betinho Gomes (PSDB-PE). Já o deputado Miro Teixeira (Rede-RJ) disse existir várias versões sobre o áudio e solicitou à Mesa da Câmara que pedisse o conteúdo na íntegra das interceptações.
Acompanhando o grito da oposição na Câmara, senadores oposicionistas também pediram a renúncia de Dilma. ;É a falência definitiva de um governo que ultrapassou todos os limites éticos e morais para defender os seus aliados. A presidente Dilma não tem mais condições de governar o Brasil;, afirmou à noite o senador Aécio Neves (PSDB-MG), citado em delação premiada como receptor de propina. ;Essa prova mostra que o mínimo que a presidente deve fazer é renunciar. Se ela não quiser um estado de comoção social, ela sai;, disse o líder do DEM no Senado, Ronaldo Caiado.
Já petistas criticaram o vazamento da gravação e questionaram a quebra de sigilo de uma ligação com a presidente da República, além de dispararem críticas ao juiz Sérgio Moro. ;Este país não pode ser vítima da vontade de alguns em detrimento das leis. Estão querendo pegar um atalho para chegar à Presidência da República;, afirmou o líder do governo no Congresso, José Pimentel (PT-CE), ainda dentro do plenário. ;São vazamentos seletivos feitos para aprofundar a crise política do nosso país;, disse o senador Lindbergh Farias (PT-RJ).
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