Paulo de Tarso Lyra
postado em 17/03/2016 10:05
Na manhã desta quinta-feira (17/3), a bancada do PT na Câmara divulgou uma nota afirmando que o Brasil vive um "clima de intenso acirramento político, de análises tão rápidas quanto limitadas e que prevalecem perigosamente os interesses de grupos específicos e não os do país".[SAIBAMAIS]De acordo com o texto, a defesa de impeachment da presidente Dilma Rousseff sem crime de responsabilidade "rompe a democracia tão arduamente conquistada e é palavra de ordem em busca de uma justificativa". Para os petistas, as paixões que explodem nas ruas são alimentadas por um noticiário "nitidamente engajado e são estimuladas por ações de órgãos de estado livre para agir nas investigações, mas sem ter a correspondente responsabilidade funcional".
O documento do PT afirma que os acontecimentos de ontem comprovam essa situação após a decisão do juiz Sérgio Moro de levantar o sigilo das gravações telefônicas entre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a presidente Dilma Rousseff, logo após a publicação da nomeação de Lula como ministro chefe da Casa Civi no Diário Oficial da União. "Mais uma vez o juiz errou feio juridicamente e se meteu na disputa política. Desta vez, com o agravante de incentivar a radicalização dos setores exaltados entre os defensores do impeachment jogando o país à beira de uma convulsão social."
Os petistas também questionam a legalidade da gravação já que a presidente da República possui sigilo de estado e o ex-presidente já teria sido nomeado ministro, o que obrigaria que os áudios fossem remetidos ao Supremo Tribunal Federal. "Abre-se uma fase tão imprevisível quanto de irresponsabilidade na vida nacional com consequências historicamente conhecidas e lamentadas por todos os que tem compromisso com a democracia."