Renato Alves
postado em 17/03/2016 16:34
Os batalhões e companhias da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) estão vazias nesta quinta-feira (17/3). Todo o contingente e veículos da corporação estão nas vias da região central de Brasília, principalmente na Praça dos Três Poderes e nos arredores do Congresso Nacional, do Palácio do Planalto, do Palácio do Alvorada e dos ministérios.
Desde as 6h desta quinta-feira, os 7 mil homens e mulheres da PMDF trabalham em função das manifestações pró e contra o Governo Federal, desencadeadas na noite de quarta-feira (16/3), após o anúncio da escolha do ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva para a Casa Civil.
Os militares que trabalham apenas na área administrativa também estão na rua nesta quinta-feira. O Correio constatou que, em determinadas unidades, há apenas um PM, para fazer a segurança do prédio.
A Secretaria de Segurança Pública escalou 1,2 mil policiais militares, 150 bombeiros e 80 agentes do Departamento de Trânsito do Distrito Federal (Detran-DF) para atuar diretamente nos locais das manifestações.
Confronto
Desde o início da manhã, manifestantes se dirigiram à Praça dos Três Poderes. No auge das manifestações, por volta das 10h, quando Lula e outros novos ministros eram empossados, haviam cerca de 400 manifestantes favoráveis ao governo e 2 mil contra. Eles estavam separados por cercas e cordão de isolamento humano, formados por militares equipados com escudos, capacetes e a cavalo.
Linhas de bloqueio foram formadas na altura do Congresso Nacional, isolando o Eixo Monumental da Praça dos Três Poderes, mas por volta de 11h30 parte do bloco anti-Dilma avançou em direção ao grupo rival e os policiais militares tiveram que agir com a cavalaria e gás de pimenta para evitar um embate de grandes proporções.
Até o fim da manhã, apenas as vias que dão acesso à praça haviam sido interditadas. O trânsito foi desviado para as vias S2 e N2. O Centro Integrado de Comando e Controle Regional (Ciade), sala onde se reúnem os dirigentes das forças de segurança para tomada de decisões em tempo real, está funcionando desde as 7h.
Há painéis eletrônicos do Departamento de Estradas de Rodagem (DER) no Eixo Monumental e no Eixão para informar a população sobre outras alterações de trânsito que se façam necessárias. A cada meia hora, os dirigentes fazem avaliações de cenário para decidir sobre reforço de efetivo ou fechamento de outras vias.
Feridos na quarta
O protesto contra o governo federal na noite de quarta-feira, em frente ao Palácio do Planalto e ao Congresso Nacional exigiu o trabalho de 420 profissionais de segurança pública: 320 PMs, 34 bombeiros, 40 policiais civis e 26 agentes do Detran. No momento de maior aglomeração, às 19h30, 5,5 mil pessoas participavam do ato, que começou por volta das 18h30 e se encerrou pouco depois da meia-noite. Também houve manifestações de pessoas solidárias ao governo federal.
Em alguns momentos, manifestantes se exaltaram em frente ao palácio, e a PM teve de usar gás de pimenta para dispersá-los. Um homem chegou a ser detido por portar uma bomba caseira, mas foi liberado em seguida.
Por volta das 21h30, o grupo se dispersou, e parte seguiu rumo ao Congresso Nacional, onde houve tentativas de invasão. Manifestantes jogaram objetos como latas e garrafas em direção aos policiais, que responderam com gás de pimenta e bombas de gás lacrimogêneo.
Foram atendidas 13 pessoas, entre manifestantes e policiais. Três foram levadas ao Hospital Regional da Asa Norte.