Ana Maria Campos
postado em 18/03/2016 08:07
O Distrito Federal tem três integrantes na comissão da Câmara que vai analisar o impeachment da presidente Dilma Rousseff: Rogério Rosso (PSD) e Ronaldo Fonseca (PROS) como titulares e Izalci Lucas (PSDB), na suplência. Rosso será o presidente. Teve o nome aprovado em consenso. Engana-se quem aposta numa posição de defesa da presidente da República. A conduta dele hoje é uma incógnita. Vai depender muito da deterioração do governo. E é bem provável que esse desgaste piore dia a dia. Se Dilma chegar ao fundo do poço, Rosso não dará a mão à petista. Seguirá com a vontade popular.
[SAIBAMAIS]Influente no Congresso
Há tempos, no meio político, Rosso é considerado um dos nomes fortes para a sucessão do governador Rodrigo Rollemberg ou para o Senado. Governador em mandato de nove meses em 2010, eleito pela Câmara Legislativa depois da crise da Operação Caixa de Pandora, ele conquistou espaço político no Congresso assim que pisou na Câmara. Tornou-se líder de uma bancada de 32 deputados, pediu no ano passado publicamente a cabeça do então ministro da Fazenda, Joaquim Levy, e apresentou o substitutivo aprovado na Câmara que reduziu para 16 anos a maioridade penal. Alguma dúvida de que a posição na presidência da comissão do impeachment vai marcar a trajetória política de Rosso? Com certeza, ele vai se lembrar de que faz política na unidade da Federação em que a presidente Dilma Rousseff tem uma das maiores rejeições no país.
De casa
Rogério Rosso foi eleitor de Aécio Neves em 2014. Mas se aproximou de Dilma Rousseff por intermédio de seu padrinho político, Gilberto Kassab, que exerce cargo no governo, como ministro das Cidades. No ano passado, a presidente esteve na casa de Rosso no Lago Sul, na comemoração do aniversário de Kassab. Conversou com a mulher do deputado, Karina Rosso, com os filhos do casal e ainda se deixou fotografar com Prada, a cachorrinha da família. Em vários momentos, Rosso e Dilma trocaram impressões por telefone sobre votações no Congresso e, inclusive, sobre uma afinidade: o pedal.
Entre Cunha e Dilma
O presidente da comissão do impeachment conseguiu se equilibrar nos últimos meses numa posição delicada. É aliado de dois inimigos: o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e da presidente Dilma Rousseff.