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Planilha indica nomes e valores pagos pela Odebrecht a políticos e partidos

Nos documentos, no entanto, não há como indicar que os pagamentos sejam irregulares ou fruto de caixa 2

Agência Estado
postado em 23/03/2016 13:39
Nos documentos, no entanto, não há como indicar que os pagamentos sejam irregulares ou fruto de caixa 2

Documentos apreendidos pela Operação Lava-Jato, encontrados na residência do presidente da Odebrecht Infraestrutura, Benedicto Barbosa Silva Junior, no Rio de Janeiro, revelam a maior relação de políticos e partidos associada a pagamentos de uma empreiteira até agora. O material, apreendido na 23; fase da Lava-Jato, a Acarajé, em 22 de fevereiro, foi divulgado nessa terça-feira (22/3) pelo juiz federal Sérgio Moro. Nos documentos, no entanto, não há como indicar que os pagamentos sejam irregulares ou fruto de caixa 2.

Denominada Operação Acarajé, ela teve como alvo o casal de marqueteiros João Santana e Monica Moura, que atuaram nas campanhas de Lula (2006) e Dilma Rousseff (2010 e 2014), e também o executivo da Odebrecht, apontado pelos investigadores como o canal de Marcelo Odebrecht para tratar de doações eleitorais e repasses ilícitos a políticos.

[SAIBAMAIS]A devassa da Polícia Federal na residência de um dos executivos-chave do esquema de propinas na empreiteira rendeu um total de sete arquivos onde aparecem inúmeras planilhas e tabelas, algumas separadas por Estados e regiões do Brasil e outras por partidos, com nomes dos principais políticos do País.

Também há inúmeras anotações manuscritas fazendo referência a repasses para políticos e partidos, acertos com outras empresas referentes a obras e até documentos sobre "campeonatos esportivos", que lembram documentos semelhantes já encontrados na Lava-Jato e revelaram a atuação de cartel das empreiteiras em obras na Petrobras.

Em meio aos avanços da Lava-Jato, os executivos da empreiteira anunciaram ontem que vão fazer uma "colaboração definitiva" com as investigações.

Nos documentos, contudo, não há nenhum indicativo de que os pagamentos sejam irregulares ou fruto de caixa 2 e tampouco a Polícia Federal teve tempo para analisar a vasta documentação.

Era na Odebrecht Infraestrutura que funcionava o setor de "Operações Estruturadas", que as investigações revelaram ser o departamento da propina na empresa, no qual funcionários utilizavam um moderno software de gerenciamento de contratos e pagamentos para fazer a "contabilidade paralela" da empresa, que incluía entregas no Brasil e também transferências em contas no exterior. Diferente das planilhas encontradas naquele setor, contudo, os documentos que estavam na residência de Benedicto não possuem codinomes para se referir a políticos.

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