postado em 30/03/2016 06:44
O PMDB, partido que comandará o país em caso de um eventual impeachment da presidente da República, Dilma Rousseff (PT), tem vários integrantes, inclusive em sua cúpula, envolvidos na Operação Lava-Jato. O presidente da Câmara, Eduardo Cunha, é a personificação mais fiel de que a crise ética que assola o país é, em termos práticos, secundária quando se trata de perspectiva de poder. O ex-diretor da Petroleira Paulo Roberto Costa, em prisão domiciliar, revelou em delação premiada que, além do PT e PP, parte da propina abastecia os cofres do PMDB. Cunha, que tem às mãos as rédeas do processo de impedimento da petista, já se tornou réu no Supremo Tribunal Federal (STF) em processo referente ao esquema bilionário de corrupção na Petrobras.
[SAIBAMAIS]O peemedebista, mesmo acusado de embolsar US$ 5 milhões e esconder em contas secretas na Suíça, segue tocando de maneira célere o rito do impeachment, inclusive com sessões às segundas e às sextas-feiras. Na outra ponta, para preservar o cargo, manobra constantemente com o objetivo de deixar em banho-maria o procedimento que responde no Conselho de Ética da Casa. Entre os citados na Lava-Jato, há governistas e integrantes que defendem a saída da presidente.
No PMDB, além de Cunha, foram envolvidos o vice-presidente da República, Michel Temer; o presidente do Senado, Renan Calheiros; o governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão; o ex-governador Sérgio Cabral; o ex-ministro Edison Lobão; a ex-governadora Roseana Sarney; o ex-secretário do governo do Rio Regis Fichtner; e os senadores Romero Jucá, Valdir Raupp e Jader Barbalho.
Dezenas de parlamentares peemedebistas também apareceram na lista suspeita da empreiteira Odebrecht, revelada na semana passada. O STF analisa o conteúdo da planilha, encaminhada pelo juiz Sérgio Moro, para investigar se houve cometimento ou não de crime. Alguns citados alegam que as doações ali apontadas foram legais e declaradas ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
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