Um dos principais partidos envolvidos no esquema de corrupção da Lava-Jato, o PP anunciou nesta terça-feira (30/3) que vai decidir sobre o rompimento com o governo no dia em que a Comissão Especial de Impeachment votar o parecer que pode instaurar o processo na Câmara. Segundo o rito do impeachment, a previsão é que o processo seja votado pela comissão entre os dias 11 e 14 de abril.
O líder do partido na Câmara, Aguinaldo Ribeiro (PB), afirmou que a legenda se reunirá com o diretório para definirem juntos a posição que a legenda tomará. A data não está definida. ;A reunião será ou no dia anterior à definição da comissão especial do impeachment ou no dia imediatamente posterior. O diretório se manifestará sobre a postura de permanecer no projeto ou tomar outro rumo;.
No gabinete do senador Ciro Nogueira (PI), Aguinaldo, ao lado dos deputados Jerônimo Goergen (RS) Julio Lopes (RJ), o líder afirmou que ninguém está autorizado a assumir cargos, mesmo se o governo os oferecer sem antes levar a condição à votação do colegiado de parlamentares. ;O PP não está negociando resto de governo, mas uma proposta de governo;, completou Júlio Lopes.
Jerônimo Goergen e Júlio Lopes reafirmaram haver um consenso entre a bancada, que atualmente tem 49 deputados. ;É majoritária a decisão do PP de sair do governo e pelo impeachment da Dilma;, reforçou o deputado Jerônimo. O parlamentar explica que Ciro Nogueira pediu para que parlamentares ouçam as bases nos estados para sentir o clima. ;Mas a decisão deve vir das ruas;, completou.
Nesta terça (29), o PMDB decidiu, por aclamação, romper oficialmente com o governo. Desde a posse do ministro da Secretaria de Aviação Civil, Mauro Lopes, o partido vinha alertando para a separação por ter considerado uma afronta a nomeação dele dentro dos 30 dias estipulados em convenção. A expectativa é de que o desembarque do PMDB estimule a saída de outros partidos aliados.