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Em Lisboa, José Serra afirma que Dilma Rousseff "terá impeachment"

Em Lisboa, o senador tucano por São Paulo faz referência a risco de "militarização" do país. Os senadores Aécio Neves (PSDB-MG) e Jorge Viana (PT-AC) também participaram do evento, sobre Constituição e crise, organizado pelo IDP

Enviada Especial, Denise Rothenburg
postado em 01/04/2016 06:50
Lisboa ; Com a experiência de ter vivido dois golpes militares: o de 1964, no Brasil; e o de 1973, no Chile, o senador José Serra (PSDB-SP) faz um alerta: ;Se os militares tivessem poder como antes, já teria havido uma militarização no país;. A análise foi feita durante palestra no seminário luso-brasileiro de direito na Universidade de Lisboa, onde Serra fez uma reflexão sobre os 30 anos de democracia ininterrupta no Brasil, colocando como ponto merecedor de destaque do período justamente a ausência do que chamou de ;fator militar;: ;Nos últimos 30 anos, esteve ausente e, se Deus quiser, vai continuar ausente;, disse Serra.

Viana:

;Acredito que a presidente Dilma não se sustentará. Terá o impeachment, ela não vai permanecer;, disse o senador tucano, que prevê um período de transição ;complicada e complexa;, sob o ponto de vista político e econômico. Em relação à economia, Serra acredita que um novo governo terá um cenário de expectativa positiva num primeiro momento, com queda do dólar e redução do risco Brasil.

[SAIBAMAIS]Na plateia, o vice-presidente do Senado, Jorge Viana (PT-AC), se remexeu na cadeira. O petista participou do painel de encerramento, ao lado do presidente do PSDB, Aécio Neves, e tratou de responder ao que considerou um ataque ao governo da presidente Dilma Rousseff. ;O Serra, ao falar da forma que o Brasil reage às crises, mencionou suicídio, renúncia, impeachment ou deposição. Pois eu coloco aqui uma quinta: cumprir a Constituição e fortalecer a democracia, acho que é melhor;, afirmou o senador petista, sendo aplaudido pela seleta plateia de professores doutores, advogados, juristas e alunos.



O aplauso a Viana poderia parecer aos desavisados que ele estava diante de uma plateia majoritariamente favorável à permanência da presidente Dilma Rousseff no poder. Mas bastou o senador Aécio Neves dizer que não era possível ;o país dar um salvo-conduto aos crimes de responsabilidade cometidos pela presidente da Republica;, o auditório veio abaixo. Ao responder a Viana, o presidente do PSDB afirmou ainda que ;um tempo na oposição fará bem ao PT para renovar seus valores;.

Ele concluiu sua fala dizendo que, no dia da eleição, em 2014, conhecido o resultado, telefonou para a presidente Dilma Rousseff para lhe dar o parabéns pela vitória e se colocar à disposição para o dialogo. ;Disse a ela que, numa eleição tão radicalizada, ela teria a missão de unir o país. A resposta não foi a que eu esperava, foi a arrogância e a falsa impressão de um sentimento de que tinha vencido com um amplo apoio da sociedade. Hoje, o resultado é uma presidente sitiada no Planalto;, disse Aécio, ovacionado pelo auditório.

Do lado de fora, um grupo de 40 pessoas, entre estudantes, militantes do PT e da confederação geral dos trabalhadores portugueses, fez uma manifestação em favor da presidente Dilma Rousseff com cartazes e um megafone.

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