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Dilma evita mencionar impeachment, mas defende democracia em cerimônia

Na cerimônia, a presidente Dilma Rousseff também assinou decreto de regularização de terras quilombolas e lançou o edital do Sistema Nacional de Promoção da Igualdade Racial (Sinapir)

Naira Trindade
postado em 01/04/2016 14:07
Na cerimônia, a presidente Dilma Rousseff também assinou decreto de regularização de terras quilombolas e lançou o edital do Sistema Nacional de Promoção da Igualdade Racial (Sinapir)

Evitando citar o processo de impeachment que enfrenta na Câmara, a presidente Dilma Rousseff defendeu, nesta quinta-feira (1;/4), em mais um ato no Palácio do Planalto, que não se interfira na democracia e que as regras do jogo não sejam mudadas. ;A democracia é a forma que nós escolhemos para nos relacionar. (sic) É a forma pela qual nós nos relacionamos. Então, quando Patrus fala que não vai ter golpe, vai ter reforma agrária, ele está enfatizando uma forma de democracia. A Nilma fala que não vai ter golpe, vai ter combate racial;, defendeu a presidente no terceiro ato desta semana no Planalto. Ela é acusada pela oposição de usar Planalto para palanque de defesa em relação ao impeachment.

;Hoje o Brasil tem dois aspectos da democracia ameaçados. Aquilo que as leis garantem, é na verdade, como se fosse, as regras do jogo. As regras do jogo não podem ser rompidas, porque se romper as regras do jogo, as relações entre as pessoas são problematizadas. Do jeito que nós hoje estamos enfrentado a questão, nós sabemos que a forma da democracia está definida na Constituição;, defendeu a presidente.

[SAIBAMAIS]Na cerimônia, a presidente Dilma Rousseff também assinou decreto de regularização de terras quilombolas e lançou o edital do Sistema Nacional de Promoção da Igualdade Racial (Sinapir), que destina R$ 4 milhões para projetos que promovam a igualdade racial no país. Ao longo da semana, a presidente lançou nova etapa do Minha Casa, Minha Vida e ainda recebeu apoio de artistas contrários ao impeachment.



A cerimônia iniciou com uma apresentação de membros do dos movimentos sociais sobre reforma agrária. Na ocasião, a presidente assinou também quatro decretos de regularização de territórios quilombolas, beneficiando 799 famílias no Maranhão, Pará, Rio Grande do Norte e Sergipe. Ao todo, a previsão é de atender um total de 22,2 mil hectares nas comunidades Caraíbas (130 famílias), Gurupá (149 famílias), Macambira (263 famílias) e Monge Belo (257 famílias).

Segundo a ministra da Secretaria das Mulheres, da Igualdade Racial, e dos Direitos Humanos, Nilma Lino Gomes, entre 2003 e 2014, houve uma redução da extrema pobreza no país. ;Destaca-se que o governo federal ampliou o acesso à moradia. Dentre os beneficiários do Minha Casa, Minha Vida, 71% são negros. Dentre os beneficiários do Pronatec, 68% se auto declaram negros e pardos;, defendeu, finalizando seu discurso com a repetitiva frase de que não haverá golpe no governo Dilma.

Nesta quinta-feira (31/3), a presidente recebeu apoio de artistas, cineastas e intelectuais contrários ao processo de impeachment que tramita na Câmara. No ato, Dilma começou a associar o processo de impedimento a uma vingança do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) pela votação contra ele que corre no Conselho de Ética da Câmara.

Na cerimônia de quinta, Dilma também defendeu não haver responsabilidade legal para embasar o processo que tramita na Câmara, rebateu que todos os governos cometeram pedaladas fiscais, cobrou mais tolerância comparando o que os petistas estão vivendo à perseguição sofrida pelos judeus no nazismo.Na última quarta-feira, a presidente havia se defendido também contra o impeachment no evento que lançou o Minha Casa, Minha Vida.

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