Paulo de Tarso Lyra
postado em 14/04/2016 17:04
O presidente nacional do PT, Rui Falcão, em entrevista coletiva concedida nesta quinta-feira (14/4), demonstrou otimismo de que o impeachment será barrado no plenário da Câmara no próximo domingo (17/4). Ele lembrou que desde a redemocratização, sobretudo nos últimos 14 anos, o país passou por profundas transformações nas quais ganhou respeito internacional, reduziu desigualdade e derrubou o muro entre ricos e pobres e que, por isso, "não pode se transformar em uma republiqueta a partir de um golpe de Estado conduzida por um vice-presidente conspirador, um presidente da Câmara que é réu de vários crimes, e por um grupo político que após ser derrotado quatro vezes seguidas tenta chegar ao poder sem a legitimidade do voto popular."
[SAIBAMAIS]Falcão agradeceu ao apoio recebido por intelectuais, movimentos sociais e milhares de pessoas que, segundo ele, nos últimos dias saíram às ruas para defender a democracia. O presidente do PT levantou a suposição de que pode estar em curso ainda um acordo para interromper as investigações de curso dos casos de corrupção. "O áudio vazado com as palavras do vice-presidente por três vezes foi dita a necessidade de se por sacrifícios à população e em nenhum momento a palavra corrupção foi mencionada;. Falcão fez questão de destacar que a presidente Dilma é uma mulher íntegra, honesta e que não cometeu qualquer tipo de crime de responsabilidade, e destacou que "impopularidade não é razão para impeachment."
Falcão, que em nenhum momento trabalha com a hipótese de derrota no domingo, disse que será realizada uma executiva nacional do partido na próxima segunda-feira (18/4) e uma reunião da diretoria na terça (19/4) para definir os próximos passos a serem tomados após a votação. Ele admitiu que a presidente Dilma está disposta a conversar com todos os segmentos da sociedade e, se necessário, com os partidos da oposição para elaboração do programa de crescimento econômico e distribuição de renda e geração de emprego para que o país possa sair da crise na qual se encontra atualmente. Questionado sobre o diálogo apenas em caso de vitória e não em caso de derrota, Falcão afirmou que o PT "não vai legitimar qualquer governo que não tenha nascido a partir do golpe popular."
O presidente do PT também disse que a orientação aos militantes, tanto do partido quanto das forças aliadas ao Planalto no próximo domingo, é evitar atos de violência, buscando argumentação e a tranquilidade. "Mas nossos militantes não vão abaixar a cabeça. É claro que queremos evitar cenas lamentáveis protagonizadas, a maior parte das vezes, pelo outro lado", disse ele, citando as agressões a um casal na Avenida Paulista que vestia blusas vermelhas, e as ofensas nas redes sociais que ofereciam até mil reais para quem fosse insultar o ex-governador do Ceará Ciro Gomes em um restaurante.
Quanto às ações que estão sendo impetradas pelo governo no Supremo Tribunal Federal (STF), Falcão, por temer que o STF alegasse que a discussão de mérito é feita pelo Congresso, disse que estas limitam-se ao rito processual e não mérito do impeachment em si. ;Mas também questionamos o fato de terem sido incluídas no debate pontos que não estavam na representação inicial, o que consititui um claro cerceamento da defesa;, completou,