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Lobista diz que pagou R$ 200 mil em dinheiro vivo a pedido de Gim

Júlio Camargo afirmou em depoimento na quinta-feira que os valores foram entregues ao operador Valério Neves em duas vezes

Eduardo Militão
postado em 15/04/2016 22:39

O lobista Júlio Camargo disse que, a pedido do ex-senador Gim Argello (PTB-DF), pagou R$ 200 mil em dinheiro vivo ao operador Valério Neves, que coordenava a campanha ao Palácio do Buriti José Roberto Arruda (PR) em 2014. A declaração foi prestada em depoimento à Procuradoria Geral da República (PGR), em Brasília, na quinta-feira e foi anexada nesta sexta-feira (15/4) a investigação da 28; fase da Operação Lava-Jato, apelidada de ;Vitória de Pirro;.

Três depois do depoimento de Camargo, que fez acordo de delação premiada, os delegados da Polícia Federal em Curitiba ouviram o ex-secretário-geral da Câmara Legislativa do DF Valério Neves e o publicitário Paulo Roxo. Os dois e Gim foram presos na terça-feira. O juiz da 13; Vara Federal de Curitiba, Sérgio Moro, soltou Neves e Roxo hoje, apesar do pedido de extensão da prisão deles feito pelo Ministério Público.

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Na polícia, Neves negou ter recebido o dinheiro ou ter participado de reuniões com o empreiteiro Ricardo Pessoa, da UTC Engenharia. Segundo a PF, Gim recebeu R$ 5,35 milhões para que Pessoa e Léo Pinheiro, da OAS, não fossem convocados na CPI da Petrobras em 2014.

Segundo Júlio Camargo, ficou acertado em reunião com Gim e Neves uma contribuição para o ;PR;, que ele chama de ;partido de Gim;, embora seja o de José Roberto Arruda. ;que, se não pagasse o Gim Argello, seria convocado para depor à CPI;, disse o lobista. Gim chegou a lhe pedir R$ 5 milhões, mas Camargo disse que conseguiria tanto. Ficou acertado um valor de R$ 2 milhões.

[SAIBAMAIS]O ex-senador disse a Camargo, segundo seu depoimento, que Roxo e Neves o procurariam para acertar a doação eleitoral, o que teria acontecido de fato. ;Em torno de uma semana depois Paulo Roxo e Valéria foram ao escritório do depoente no Rio de Janeiro e entregaram um papel; que ambos disseram que o depoente seria o único que contribuiria para o PR, partido de Gim Argello, porque o nome de sua empresa seria gravado como um grande colaborador e seria lembrado em futuros projetos do Governo do Distrito Federal;, contou Camargo à Procuradoria no dia 14 de abril.

Houve ainda um encontro entre Camargo, Léo Pinheiro, Roxo, Neves e Gim na casa do ex-senador. ;Nessa reunião Gim Argello pediu um cronograma para o pagamento do saldo.; O pagamento só foi feito depois. ;Desse saldo dos R$ 3.000.000,00 (sic) pagou R$ 200.000,00 em espécie a Valério, preposto de GIM ARGELLO; que esse dinheiro era do próprio depoente; que pagou em duas parcelas de R$ 100.000,00.;

O advogado de Gim, Marcelo Bessa, não tem prestado esclarecimentos à imprensa desde que seu cliente foi preso. Hoje, a reportagem não o localizou, assim como os defensores de Roxo e Neves.

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