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No DF, bares se dividem entre fechar, transmitir futebol ou impeachment

Houve, ainda, os que se arriscaram a deixar os aparelhos ligados na transmissão da sessão da Câmara em que se decidirá sobre o afastamento de Dilma.

postado em 17/04/2016 18:38
Não  há  o  que  temer,  todos  os  clientes são parceiros, diz o gerente Antônio de Freitas
Neste domingo (17) em que a Câmara dos Deputados vota a admissibilidade do pedido de impeachment da presidenta Dilma Rousseff, bares e restaurantes da capital federal adotaram estratégias diferentes quanto ao funcionamento. Enquanto alguns não abriram as portas, outros funcionaram, mas sintonizando os televisores no futebol. Houve, ainda, os que se arriscaram a deixar os aparelhos ligados na transmissão da sessão da Câmara em que se decidirá sobre o afastamento de Dilma.

Na 408 Norte, quadra na região central de Brasília onde se concentram bares frequentados principalmente por universitários, a maioria dos estabelecimentos estava fechada. Nos poucos que estavam abertos, os aparelhos de TV estavam sintonizados na transmissão do impeachment. Perto dali, na 209 Norte, o funcionário de um bar informou à Agência Brasil que a gerência preferiu transmitir futebol, temendo que os clientes se exaltassem ao acompanhar a votação.

Mas em um bar na 206 Sul, também na região central de Brasília, o gerente Antônio de Freitas disse que não havia temor em deixar os televisores sintonizados na transmissão da sessão na Câmara. ;O pessoal [que frequenta] aqui é ;tudo; tranquilo, ;tudo; parceiro;, comentou. O estabelecimento, que tem vários televisores, sintonizou alguns no futebol e outros no impeachment.
O advogado Tiago Beze e a família acompanham votação do impeachment em um bar
A pedagoga Cristiana Oliveira, de 49 anos, e o servidor público Geraldo Freitas, de 48, foram almoçar no local antes de seguir para a manifestação na Esplanada dos Ministérios. O casal, que é a favor do afastamento de Dilma, escolheu uma mesa perto de um televisor que transmitia a sessão. ;Ele [Geraldo] já foi a outras manifestações e está tranquilo. Para mim, vai ser a primeira e tenho medo;, confessou Cristiane.

As televisões de um bar e restaurante na 403 Sul também se dividiam entre o futebol e o impeachment. Boa parte dos clientes estava vestida de verde e amarelo. Entre eles, a família do advogado Thiago Beze, de 29 anos, que estava acompanhado da esposa, a também advogada Carina Lins, de 29, e dos pais, Valéria Gomes, de 54 anos, e o engenheiro Paulo Roberto Santa Rosa, de 56.

O grupo pró-impeachment também pretendia seguir para a Esplanada dos Ministérios após o almoço. ;Viemos para comer e também para comemorar a vitória;, brincou Carina. Valéria acrescentou que sente medo de confrontos nas manifestações, mas diz que é importante comparecer. ;Vamos, porque temos que defender a nossa pátria;, afirmou.

Shopping centers

Seguindo sugestão da Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce), alguns centros comerciais da capital não abriram as portas. A Abrasce fez a recomendação temendo tumulto nas áreas próximas às manifestações e também como forma de mostrar descontentamento com a economia. O Pátio Brasil, maior shopping center da Asa Sul, foi um dos que ficaram fechados.

No entanto, shopping centers mais distantes da área central de Brasília funcionaram normalmente. A administração do Park Shopping, situado no Guará, a cerca de 10 quilômetros da zona central, informou que a praça de alimentação e a maioria das lojas estava aberta. No Iguatemi, no Lago Norte, bairro nobre da capital federal, uma funcionária informou que o shopping e algumas lojas estavam funcionando.

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