Helena Mader
postado em 17/04/2016 21:31
Com a iminência da derrota do governo na Câmara dos Deputados, o futuro da presidente Dilma Rousseff começa a ser debatido no Senado. Cristovam Buarque (PPS-DF) integra um grupo de seis senadores que vão lutar na Casa pela realização de novas eleições. Os parlamentares defendem a apresentação de uma Proposta de Emenda à Constituição, antecipando o pleito presidencial para outubro deste ano, junto com as eleições municipais. A proposta já havia sido levantada no Senado por outros parlamentares. O presidente da Casa, Renan Calheiros, defendeu a realização de um plebiscito para consultar a população sobre a demanda. Ele havia solicitado ao senador Walter Pinheiro (Sem partido-BA), parte do grupo, que elaborasse uma proposta.
Integram o grupo de Cristovam e Pinheiro os senadores Randolfe Rodrigues (Rede-AP), João Capiberibe (PSB-AP), Lídice da Mata (PSB-BA) e Antônio Carlos Valadares (PSB-SE). O senador do DF acredita que essa seja a melhor saída, mas reconhece que a medida depende do aval tanto de Dilma quanto de Michel Temer. "Senão, poderia haver questionamentos judiciais, com a alegação de que estaríamos ferindo alguma cláusula pétrea", justifica Cristovam.
No início do mês, o aliado do vice-presidente Michel Temer, o senador Valdir Raupp (PMDB-RO) defendeu na tribuna do Plenário que as eleições gerais fossem antecipadas para outubro deste ano, junto com o pleito muncipal. No fim do ano passado, o líder do DEM na Casa, Ronaldo Caiado, também havia proposto informalmente, mas não encontrou embasamento jurídico para fazer a proposta seguir em frente. Seria necessário que os próprios parlamentares e mandatários no Executivo renunciassem aos cargos.
Apesar do crescimento do apoio à proposta no Senado, o líder do governo da Câmara, José Guimarães, disse que não apoia a ideia de eleições gerais. O petista defende a luta na rua e aposta na reversão de votos no Senado. "Não tem nada de eleição geral", afirmou.