postado em 17/04/2016 21:53
Terceira maior bancada da Câmara, com 46 deputados, o estado do Rio de Janeiro ficou dividido, mas com vantagem de votos favoráveis à admissibilidade do processo de impeachment da presidenta Dilma Rousseff. Ao todos, 34 votaram pelo afastamento da presidente e 11 contra.Em licença-maternidade, a deputada Clarissa Garotinho (PR) foi a única ausência entre os fluminenses. No fim da votação do estado, o placar marcava 252 votos a favor, 81 contra, quatro abstenções e duas ausências.
A declaração de votos dos deputados do Rio de Janeiro foi marcada por críticas ao presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). ;Eduardo Cunha você é um gangster. O que dá sustentação ao senhor nessa cadeira cheira a enxofre;, disse o deputado Clauber Braga (PSOL).
Já o deputado Jean Wyllys, também do PSOL, manifestou-se constrangido por participar do processo de impeachment. ;Estou constrangido de participar dessa farsa, conduzida por um ladrão e apoiada por torturadores. Durmam com essa, canalhas;, concluiu.
Ao votar, Cunha pediu ;misericórdia; divina para o Brasil. O deputado Jair Bolsonaro elogiou Eduardo Cunha e o coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, ex-chefe do DOI-Codi, um dos órgãos de tortura da ditadura militar. ;Em memória do coronel Bilhante Ustra, voto sim;, disse. A deputada Cristiane Brasil (PTB) homenageou o pai, o ex-deputado Roberto Jefferson, cassado há 11 anos.
A aprovação depende do voto de 342 deputados (2/3 dos 513) a favor do parecer do deputado Jovair Arantes (PTB-GO), que recomenda a abertura de processo contra Dilma. O relator considerou que houve crime de responsabilidade da petista por editar decretos de crédito suplementares sem autorização do Congresso e pelo atraso de pagamentos que ficou conhecido como pedaladas fiscais.
Se o processo for admitido, o julgamento da presidente será conduzido pelo Senado.