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Dilma diz ser lamentável Bolsonaro homenagear torturador na Câmara

%u201CDe fato, fui presa nos anos 70, de fato, eu conheci bem esse senhor ao qual ele se refere. Foi um dos maiores torturadores do Brasil", afirmou Dilma, em entrevista a correspondentes estrangeiros, no Palácio do Planalto.

postado em 19/04/2016 14:01
A presidenta Dilma Rousseff dá entrevista a correspondentes estrangeiros, no Palácio do PlanaltoA presidenta Dilma Rousseff disse nesta terça-feira (19), em entrevista a correspondentes estrangeiros, no Palácio do Planalto, ser "lamentável" que o deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ) tenha feito uma homenagem ao torturador da ditadura militar Carlos Alberto Brilhante Ustra, morto em 2015. Dilma foi questionada pelos jornalistas sobre a declaração do deputado, feita no último domingo, ao dar seu voto favorável ao processo de impeachment, na Câmara dos Deputados.

;De fato, fui presa nos anos 70, de fato, eu conheci bem esse senhor ao qual ele [Bolsonaro] se refere. Foi um dos maiores torturadores do Brasil. Sobre ele, recai não só acusação de tortura, mas também acusação de morte. É só ler os papéis da Comissão da Verdade e mesmo outros relatos;, afirmou Dilma, em entrevista a correspondentes estrangeiros, no Palácio do Planalto.

A presidenta disse considerar ;gravíssima a aventura golpista; em curso no país, porque teria levado a uma situação de polarização que não se vivia no Brasil, ;que é uma situação de raiva, ódio e perseguição;.


;Eu lastimo que esse momento no Brasil tenha dado abertura para a intolerância, para o ódio, para esse tipo de fala [de Jair Bolsonaro]. Num processo como o nosso, em que a democracia resulta de uma grande luta de resistência, que abrangeu os mais variados setores, é terrível você ver num julgamento alguém votando em homenagem ao maior torturador que esse país conheceu. É lamentável;, reiterou.

Os deputados aprovaram, no domingo (17), por 367 votos a favor e 137 contra, o prosseguimento do processo de impeachment contra a presidenta Dilma. Em uma entrevista concedida à imprensa, ontem (18), Dilma disse se sentir indignada e injustiçada com a decisão da Câmara dos Deputados.

Se a admissibilidade do afastamento for aprovada também pelos senadores, a presidenta será afastada do cargo por até 180 dias, enquanto o Senado analisa o processo em si, e define se Dilma terá o mandato cassado.

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