Politica

Teori Zavascki pede à PGR que investigue planilhas da Odebrecht

Lista com nomes de diversos políticos foi encontrada durante Operação Acarajé

postado em 23/04/2016 13:34

Exatamente dois meses após os investigadores da Operação Lava-Jato localizarem a superplanilha da Odebrecht, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Teori Zavascki determinou a abertura de um procedimento para que a Procuradoria-Geral da República (PGR) apure os supostos pagamentos a pelo menos 316 políticos de 24 partidos.


Apreendida na casa do executivo Benedicto Barbosa da Silva Junior, durante a Operação Acarajé, deflagrada em fevereiro, a tabela detalha o suposto repasse da empreiteira a ministros, prefeitos, governadores, deputados e senadores para campanhas municipais de 2012 e também para a eleição de 2014.

Relator do processo no Supremo, o ministro Teori determinou também que as investigações da Operação Acarajé retornem aos cuidados do juiz responsável pela Lava-Jato, em Curitiba, Sérgio Moro. O caso havia sido remetido à Suprema Corte por envolver autoridades com foro privilegiado. Agora, segundo o jornal Folha de São Paulo, Teori vai enviar o documento para que o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, opine se há ou não indícios que justifiquem o pedido de abertura de inquérito ao STF contra os políticos citados.

A Operação Acarajé teve como alvo principal o casal de marqueteiros João Santana e Mônica Moura. As investigações tiveram início com a apreensão de documentos que indicam supostos pagamentos de propina com dinheiro desviado da Petrobras para o casal, responsável pelas três últimas campanhas presidenciais do PT. Ao encontrar a planilha, investigadores acertaram também o PMDB, PSDB, PP, PSB, DEM, PDT, PSD, PC do B, PPS, PV, PR, PRB, SD, PSC, PTB, PTN, PT do B, PSOL, PPL, PTB, PRP, PCB e PTC.

[SAIBAMAIS]

A divulgação da lista, em março, causou um reboliço no meio político devido à sua abrangência. Nas anotações constam há inúmeras informações manuscritas que fazem referência a repasses a políticos e partidos, acertos com outras empresas referentes a obras e até documentos sobre ;campeonatos esportivos;. Há também apelidos a ;caciques; políticos.

Entre as anotações, aparecem os nomes dos ministros da Educação, Aloizio Mercadante; do gabinete pessoal de Dilma Rousseff, Jaques Wagner; da Defesa, Aldo Rebelo; do Desenvolvimento, Armando Monteiro; além dos senadores Renan Calheiros (PMDB-AL), Aécio Neves (PSDB-MG), José Serra (PSDB-SP), Gleisi Hoffmann (PT-PR), Lindbergh Farias (PT-RJ) e Romero Jucá (PMDB-RR), citado como cacique.

Já entre os deputados, estão o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e Celso Russomanno (PRB-SP), além de citações aos governadores Geraldo Alckmin (PSDB-SP), Luiz Fernando Pezão (PMDB-RJ), Beto Richa (PSDB-PR), Paulo Câmara (PSB-PE), do ex-governador Sérgio Cabral (PMDB-RJ) e do prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT). À época da divulgação da lista, todos negaram irregularidades no esquema de corrupção da Petrobras.

Na decisão, Teori devolveu as investigações a Moro e afirmou não ter caracterizado que o juiz usurpou competência do Supremo ao desencadear a operação, que alcançou autoridades com foro privilegiado.

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