Politica

Centrais pedirão a Temer para não alterar leis trabalhistas

Sindicalistas devem se reunir com Michel Temer para pedir que não sejam adotadas mudanças na área trabalhista defendidas por empresários

Agência Estado
postado em 25/04/2016 13:23
Sindicais afirmam que vão cobrar muito do governo Dilma, se continuar, ou do governo Temer

Três centrais sindicais - UGT, Força Sindical e Nova Central - devem se reunir nesta terça-feira (26/4), com Michel Temer para pedir ao vice-presidente que, em um eventual governo, não sejam adotadas mudanças na área trabalhista defendidas por empresários. "Vemos com preocupação a defesa de empresários, liderados pelo presidente da Fiesp, Paulo Skaf, que esteve ontem (domingo) por seis horas com Temer, de temas como a flexibilização genérica na área trabalhista", disse o presidente da UGT, Ricardo Patah, que representa cerca de 10 milhões de empregados. "Somos contrários a pontos como a terceirização dos trabalhadores e que o negociado prevaleça sobre o legislado."

Patah elogiou a capacidade de diálogo e a disposição de negociação do vice-presidente da República, mas disse que as centrais irão alertá-lo de que há temas que não podem ir adiante, como o projeto de terceirização aprovado na Câmara, que permitirá que todo o trabalhador celetista seja terceirizado. "O projeto visa redução de salários, que são baixos e custam muito para os empresários, temos também consciência disso", disse. "Mais importante é adotar outras reformas, como a tributária, administrativa e também a política."



[SAIBAMAIS]Na avaliação de Patah, a crise econômica e social no Brasil é muito grave e o governo precisa adotar medidas para que o ajuste fiscal não afete exclusivamente os assalariados. "Há dez milhões de pessoas desempregadas no Brasil. Há alternativas. Recursos do Codefat podem ser destinados ao seguro-desemprego, podem ser adotadas políticas de estímulo ao crédito, de avanço das exportações. Mas não é possível que o ajuste seja feito somente sobre as costas dos trabalhadores." Ele fez os comentários antes de participar de um evento promovido pela UGT nesta segunda-feira que trata da participação de centrais sindicais nas comemorações do dia 1; de Maio.

Ricardo Patah deixou claro que a UGT é contrária à reforma da Previdência Social. "Só poderemos discutir mudanças na Previdência com um conjunto de políticas mais amplas. Por exemplo: os salários e os benefícios das mulheres precisam ser iguais aos dos homens, o que não existe hoje."

Ele destacou que a posição da central sindical que dirige não tem uma coloração política única. "Não fomos contra nem a favor do impeachment", disse. "Vamos cobrar muito do governo Dilma, se continuar, ou do governo Temer. Numa administração ou na outra, vamos continuar vigilantes e fazendo reivindicações, pois vamos passar ainda por situações complexas e difíceis." Segundo Patah, as centrais se articularam e solicitaram a reunião com Temer neste momento em que várias representações, inclusive empresariais, estão fazendo o mesmo.

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