postado em 27/04/2016 19:42
[SAIBAMAIS]O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), disse hoje (27) que não pretende votar na sessão do plenário que decidirá sobre o afastamento ou não, por até 180 dias, da presidenta Dilma Rousseff do cargo, como prevê o processo de impeachment em curso na Casa. Mais cedo, Renan Calheiros se reuniu com o vice-presidente da República, Michel Temer; depois, com o presidente nacional do PSDB, Aécio Neves, e com senadores, na residência oficial do Senado.
Caso a Comissão Especial do Impeachment aprove parecer favorável à admissibilidade do processo contra Dilma, no próximo dia 6, Renan disse que não se pronunciará sobre isso ao conduzir a sessão do plenário que vai votar o parecer.
;Nesta primeira votação, não vou votar e não devo votar Porque a isenção do cargo requer que eu tenha condições de continuar conversando com todo mundo, não me permite ter lado. Ao final, cada senador será transformado em julgador;, afirmou Renan. Ele também garantiu que a votação em plenário será ;a mais simples possível;, o que sugere que ela pode acontecer pelo painel eletrônico e não com votos orais de cada senador.
Sobre o encontro com Temer, Renan disse que foi ;institucional; e que os dois trataram da necessidade de evitar que a pauta política do país seja dominada pela distribuição de cargos no eventual novo governo de Temer.
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;Nós falamos da necessidade de superarmos essa pauta de ocupação de cargos. Isso é uma coisa que está sendo contrariada pela sociedade brasileira. A virada que esse momento pode ou não possibilitar, requer uma qualificação dessa pauta. Portanto, é fundamental discutir cenários, a necessidade de fazer mudanças, reformas institucionais, essa questão do Banco Central ; se vamos ter um Banco Central independente ou não ; se vamos fazer a reforma política, o que vamos fazer com a questão fiscal, quais mudanças virão ou não. Eu acho que é isso que tem que dominar o noticiário de cada dia;, afirmou o presidente do Senado.
Ainda sobre a conversa com Temer, Renan negou que eles tenham tratado sobre a convocação do Congresso Nacional para, em breve, votar uma nova redução da meta fiscal para este ano.
;O vice-presidente sabe que o Senado, o Congresso, a Câmara, não faltarão com o Brasil. Tão logo haja a necessidade de nós convocarmos o Congresso para apreciar novamente a redução da meta fiscal, nós faremos isso. Porque o interesse do Brasil está acima de qualquer outra questão;, disse Renan.
Questionado sobre a proposta de emenda à Constituição encampada por um grupo de senadores, que novas eleições presidenciais em outubro deste ano, o presidente do Senado disse não acreditar que a matéria tenha chances de ser aprovada.
;Qualquer cenário nesse momento que signifique alterar a Constituição Federal é muito difícil, porque nós estamos vivendo um momento de crise, de conturbação política, econômica, e mudar a Constituição nesse momento, ou seja, ter três quintos dos votos na Câmara e no Senado, é muito difícil. É um consenso meio que inatingível;, afirmou o senador de Alagoas.
Renan disse ainda que, ao encontrar a presidenta Dilma Rousseff ontem (26), ficou impressionado com a estabilidade emocional e a maturidade dela ao lidar com o atual momento político. ;Nós conversamos sobre cenários e eu, mais do que nunca, me surpreendi com o bom senso, a firmeza, a estabilidade emocional da presidente da República, que conversa maduramente sobre qualquer questão;. Ele afirmou que a conversa tratou de ;quais cenários; ambos teriam que administrar, mas não avaliaram as chances do afastamento dela.