Politica

CNI pede a Temer mudanças nas legislações trabalhista e previdenciária

Para o presidente da CNI, esse é o momento de trabalhadores, sindicatos e empresários darem sua %u201Ccota de sacrifício%u201D para que o país saia da crise e volte a crescer

postado em 27/04/2016 20:33
Representantes do setor industrial apresentaram hoje (27) ao vice-presidente da República, Michel Temer, um conjunto de 38 propostas para os próximos dois anos caso a presidenta Dilma Rousseff seja afastada pelo Congresso. Segundo o presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Andrade, entre as sugestões estão mudanças nas legislações trabalhistas e previdenciária, alteração na política cambial, refinanciamento de dívidas das empresas e desburocratização.

Para Andrade, a discussão em torno da saída de Dilma tem contribuído para melhorar o ambiente de negócios no país, mas também são necessárias mudanças nos rumos da economia para reaquecer o setor.

;Essa discussão [do impeachment] tem trazido o ambiente de tranquilidade, confiança, esperança no brasileiro. Isso já é muito importante para que os investidores comecem a pensar em tirar seus investimentos e projetos da gaveta e colocar em cima da mesa. Agora, precisa de mudanças sérias, propostas adequadas e políticas públicas definidas;, argumentou.

O presidente da CNI afirmou que há mais de um ano as confederações de vários setores da economia discutem alternativas para melhorar o ambiente de negócios.

Leia mais em Política

;No caso da indústria, apresentamos 38 propostas para que o setor volte a ter participação importante no PIB brasileiro. Eles são referentes a oito temas, cada um deles relativo às questões tributária, trabalhista, Previdência Social, infraestrutura e burocracia. O vice-presidente recebeu bem as propostas;, afirmou Andrade.

Na área trabalhista, o presidente da CNI defendeu a aprovação do projeto de lei que regulamenta as terceirizações e a ;valorização; dos acordos sindicais entre trabalhadores e empresários. ;Só esses dois pontos resolveriam grandes questões existentes hoje nas relações de trabalho e que acumulam a Justiça Trabalhista de um grande número de processos;.

[SAIBAMAIS]Para o presidente da CNI, esse é o momento de trabalhadores, sindicatos e empresários darem sua ;cota de sacrifício; para que o país saia da crise e volte a crescer. ;Hoje, podemos pensar em si próprio e cada um querer fazer poucas mudanças e manter a situação como está. Mas, se mantendo essa situação, não vai dar a ninguém condições de, no futuro, ter trabalho, respeito, poder crescer, de ter lazer, emprego e uma vida confortável. É preciso que cada um dê uma cota de sacrifício. É preciso que as pessoas, as centrais sindicais deem uma cota de sacrifício."

Segundo ele, a ;cota de sacrifício; das empresas têm sido a queda na participação do setor industrial no PIB. ;Saímos de um PIB em que tínhamos participação de 18% há quatro anos para uma participação de 9%. Isso já é um sacrifício enorme que a indústria tem feito, mantendo um parque industrial ativo, competente, capaz de crescer, inovando, com desenvolvimento e tecnologia;.

Câmbio

O setor industrial também pediu a Temer, caso assuma o comando do país, que adote políticas de ;previsibilidade cambial;. ;Há a necessidade de uma política cambial estável para que o setor exportador possa fazer um preço, assinar um contrato, sair para vender seus produtos lá fora. Se hoje o dólar está a [R$] 4 e amanhã a [R$] 3,50, você não tem condições de fazer propostas;, destacou.

Perguntado se a intenção é o futuro governo controlar o câmbio, Andrade explicou que o Banco Centro tem mecanismos para manter a moeda ;estável; e ;previsível; em relação ao dólar sem que haja efetivamente um controle.

;Não estamos falando em controle cambial, mas existem políticas do Banco Central que podem fazer o câmbio mais estável e previsível. O que falta no Brasil é previsibilidade. O que estamos querendo é essa previsibilidade. Não estou dizendo que o câmbio tenha de ser [R$] 4 ou [R$] 3,50, mas precisamos de previsibilidade das políticas públicas;, concluiu.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação