Agência Estado
postado em 04/05/2016 14:58
Diante da possibilidade de perderem os ministérios da Saúde e de Ciência e Tecnologia para aliados num futuro governo Michel Temer, integrantes da bancada do PMDB da Câmara têm pressionado o vice-presidente da República para serem compensados com pastas do mesmo porte. As queixas pela perda de espaços no novo governo foram apresentadas nesta quarta-feira (04/05) ao ex-ministros Geddel Vieira Lima e Eliseu Padilha, articuladores de Temer, em reunião realizada no início da tarde.
"Vocês têm que nos ajudar", disse um deputado na saída do encontro para Geddel. "Temos que conversar, conversar muito, para encontrarmos uma convergência", respondeu o ex-ministro, que tem atuado diretamente nas negociações para a montagem da nova equipe ministerial.
Dentro da sala, cerca de 15 deputados, capitaneados pelo líder do partido, deputado Leonardo Picciani (RJ), reivindicaram ao menos uma divisão proporcional ao tamanho da bancada. No entendimento de integrantes do PMDB da Câmara ouvidos pela reportagem, essa proporcionalidade seria a manutenção de ao menos dois ministérios.
Saúde e Ciência e Tecnologia, que estavam nas mãos dos deputados do PMDB no governo Dilma, devem migrar no futuro governo Temer para PP e PRB, respectivamente.
"Há uma briga por espaços. Está se tentando alinhar para ver o que a bancada vai ter. Mas tem que ter razoabilidade também, porque ao assumirmos a Presidência, temos que formar uma coalizão com os outros partidos", afirmou o deputado Hugo Motta (PMDB-PB) após o encontro.
"A bancada entende que é preciso buscar um equilíbrio. Que seja adotado um critério de proporcionalidade de acordo com o apoio dado ao processo de impeachment", afirmou o deputado licenciado Edinho Bez (PMDB-SC), que também participou das conversas. "Não queremos abrir mão do espaço que temos. Não podemos, pelo fato de termos presidente, ficar para trás".
Entre as alternativas colocadas pelos deputados no encontro com Geddel e Padilha está a possibilidade de os deputados do PMDB indicarem nomes para ocupar cargos de segundo e terceiros escalões. Os peemedebistas estão de olho, por exemplo, no comando de superintendências estaduais de ministérios considerados de grande porte, como Educação, Transporte e Agricultura.