Paulo de Tarso Lyra
postado em 08/05/2016 08:13
A menos de uma semana de assumir a presidência da República após o provável afastamento da presidente Dilma Rousseff, o vice-presidente Michel Temer ainda esbarra em insatisfações da futura base aliada para concluir a equação da reforma ministerial. Ao longo da semana que passou, ele teve que desistir de Raul Cutait para a Saúde por pressão do PP, ouviu do líder do PPS, Rubens Bueno (PR), o conselho de não nomear políticos investigados na Operação Lava-Jato e ainda foi criticado pelo Movimento Brasil Livre (MBL) porque não conseguirá reduzir o número de ministérios na Esplanada. Ontem, ainda viu o senador Blairo Maggi (PR-MT) anunciar pelas rede sociais que havia sido convidado pelo PP para assumir a pasta da Agricultura ; e que aceitou o convite.
[SAIBAMAIS]Ainda existe a expectativa frustrada pela indicação de um ministério de notáveis, levantada pelo próprio PSDB ao longo da semana. ;O grande problema dessa onda moralista em voga no Brasil é que as pessoas capacitadas e notáveis não estão com disposição para deixar seus afazeres e assumir cargos no governo;, disse o diretor de documentação do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap), Antonio Augusto de Queiroz. ;Os ministros nomeados sempre dão um recado para fora. Ou sinalizam para a sociedade por serem especialistas nas áreas que vão trabalhar ou são indicativo de apoio parlamentar por terem sido indicados por políticos;, completou Toninho.
Saúde
Esse dilema tem sido enfrentado pessoalmente por Temer, obrigado a se acomodar nas incongruências e desejos dos partidos. Exemplo disso foi o Ministério da Saúde, com a escolha de Raul Cutait, que teve de ser abandonada no mesmo dia. O nome mais provável agora é o do deputado Ricardo Barros (PP-PR). ;Ele é ligado a qualquer governo, mas tem ótimo trânsito na oposição, pois a mulher, Cida Borghetti (Pros), é vice-governadora do tucano Beto Richa;, disse um integrante da bancada que pleiteia o cargo de ministro da Agricultura. A pasta, inclusive, poderá gerar outro problema. A cúpula partidária pretende filiar o senador Blairo Maggi (PMDB-MT) para o cargo. ;Temer vai precisar de votos aqui. Foi a bancada da Câmara que virou os votos e iniciou a reação em direção ao impeachment;, completou o deputado Jeronimo Goergen (PP-RS).
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