Jornal Correio Braziliense

Politica

Doleiro diz que sucessor de Cunha frequentava 'escritório de propinas'

Waldir Maranhão assume a presidência da Câmara interinamente por causa do afastamento do deputado



No dia 20 de novembro de 2014, o doleiro, em seu termo de colaboração 49, detalhou para a força-tarefa da Lava-Jato o suposto funcionamento da distribuição da propina oriunda do esquema da Petrobras para o PP. Naquele mês, a Lava-Jato, havia alcançado sua fase 7 (Juízo Final). "Os valores até cerca de R$ 500 mil eram levados em espécie no corpo do declarante ou das pessoas que prestavam serviços a sua pessoa; que, para quantias maiores o declarante fretava aeronaves, sempre pagando em espécie e sem documentar a operação", relatou Youssef.

O doleiro colocou Waldir Maranhão em uma lista de deputados do PP que ele tinha "certeza de que receberam valores". "A distribuição do dinheiro iniciava com José Janene, o qual receberia a porção maior, por ser o organizador do esquema", declarou Youssef. "A média de ingresso de receitas era de cerca de R$ 4 a 5 milhões; que, os demais parlamentares recebiam entre R$ 10 e 150 mil mensais conforme a sua força política dentro do partido; que os repasses eram feitos em espécie." De acordo com o depoimento de Youssef, não havia controle do dinheiro que entrava e o que repassava aos parlamentares.

Ele afirmou que o então diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, e o assessor de Janene, João Claudio Genu, ficavam com uma parte do dinheiro. "Tão logo recebia esses valores o declarante repassava as comissões de Paulo Roberto e Genu e retirava a sua parte, entregando em seguida os recursos pertencentes ao Partido."