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CCJ do Senado aprova, em plenário, aval à cassação de Delcídio

Mais cedo, a CCJ havia aprovado um pedido de suspensão do processo contra Delcídio até a quinta-feira

postado em 09/05/2016 20:43
A Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) do Senado aprovou na noite desta segunda-feira a cassação do mandato do senador Delcídio do Amaral (ex-PT-MS). A decisão final sobre o futuro político do ex-líder do governo será tomada nesta terça-feira, em votação no plenário da Casa, às 17h. Ontem, Delcídio voltou ao parlamento pela primeira vez desde que foi solto da prisão, em novembro, para apresentar sua defesa e pediu desculpas.

Após a fala do senador durante reunião da CCJ à tarde, o colegiado decidiu adiar a votação do relatório, atendendo a um pedido de Delcídio para que fosse acrescido ao processo um documento novo da Procuradoria-Geral da República (PGR). Mais tarde, o presidente do Senado, Renan Calheiros, porém, disse que o processo na Casa não poderia ser alvo de postergações, como na Câmara. "Pela antecedência do fato, eu terei muita dificuldade de marcar a admissibildade do impeachment depois da cassação", disse Renan, ao dizer que o processo no Conselho de Ética começou antes dos trabalhos sobre o impedimento da presidente Dilma Rousseff na Comissão Especial do Senado.

Depois do apelo do peemedebista no plenário, à noite, o presidente da CCJ, José Maranhão (PMDB-PB) informou que o documento ao qual Delcídio se referiu está sob sigilo de justiça e, então, não poderia ser juntado ao parecer do senador Ricardo Ferraço (PSDB-ES). Dessa forma, os senadores aprovaram urgência no processo.

Às 19h40, Maranhão passou a presidir o plenário em uma sessão exraordinária da CCJ e, pouco tempo depois, foi anunciado o resultado pela cassação em votação simbólica. Em seguida, foi aberta nova sessão plenário para Renan acusar o recebimento da decisão da CCJ e notificar Delcídio. A decisão sobre o futuro político do ex-líder será tomada em sessão extraordinária convocada para hoje, às 17h. Delcídio poderá comparecer para apresentar novamente sua defesa.

Ontem, à tarde, durante a sessão da CCJ, Delcídio fez mea-culpa. "Quero pedir desculpas pelos constrangimentos que causei ao meu parlamento, ao país e ao meu estado", disse. Em seguida, ele criticou a forma como o processo foi conduzido no processo, dizendo que foi muito rápido. Afirmou ainda que não roubou, não é corrupto, e está sendo acusado de obstrução de justiça. "Peço desculpas novamente. Errei. Mas agi a mando", disse.

O ex-líder do governo foi preso em novembro do ano passado, depois de ser flagrado em gravação na qual conversa com Bernardo Cerveró, filho do ex-diretor da Petrobras preso Nestor Cerveró para tentar conseguir o silêncio do mesmo. Em seguida, foi aberto o processo por quebra de decoro na Casa. Delcídio alega ter oferecido os benefícios por ordem do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O senador passou 87 dias preso.

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