Paulo de Tarso Lyra
postado em 11/05/2016 07:36
A dois dias de assumir o Planalto, com o provável afastamento da presidente Dilma Rousseff após votação do impeachment no Senado, o vice-presidente Michel Temer praticamente fechou a equipe ministerial que assumirá com ele no fim de semana. Pressionado pela opinião pública, que cobrava reduções drásticas no campo administrativo, Temer reuniu pastas, tirou status de alguns ministros e reduziu a Esplanada em praticamente 10 ministérios.
Ontem, as últimas equações foram fechadas. Com o desgaste após a oferta do Ministério de Ciência e Tecnologia para o PRB ; a comunidade científica considerou absurdo um bispo assumir a pasta ;, Temer fundiu o Ministério com as Comunicações, que será ocupada por Gilberto Kassab.
[SAIBAMAIS]Só que o vice-presidente não pode ser dar ao luxo, neste momento, de abdicar de 22 votos na Câmara. Em um primeiro momento, o peemedebista ofereceu ao PRB o Ministério do Esporte. Irritou o PMDB do Rio, que pressionava pela indicação do atual líder da bancada na Câmara, Leonardo Picciani. No fim do dia, veio a solução: Picciani vai para o Esporte, o PRB vai para o Turismo, e Henrique Eduardo Alves assumirá o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio. (Mdic).
O Mdic, por sinal, esteve à beira da extinção. A parte relacionada ao Comércio Exterior seria incorporada pelo Ministério das Relações Exteriores, comandado pelo tucano José Serra. E a política industrial iria para o Planejamento, de Romero Jucá, rebatizado de Planejamento, Desenvolvimento e Gestão. Mas a Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp) e a Confederação Nacional da Indústria (CNI) vetaram a mudança. Henrique assumirá a pasta, enquanto Serra e Jucá terão ministérios mais modestos do que queriam inicialmente.
Temer ficou desgastado após sucumbir à pressão dos parlamentares, especialmente os deputados, em busca de cargos em troca de votos no parlamento. O presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves (MG), demonstrou preocupação de que o atual governo começasse com ;a mesma cara do anterior, sem critérios de mérito na escolha dos ministros;. O PSDB resolveu manter o apoio parlamentar no Legislativo e não indicar nomes para o primeiro escalão.
O diretório tucano decidiu, contudo, que, caso Temer quisesse a colaboração do partido, que indicasse os nomes desejados. Dessa forma, ficou acertada a participação, além de Serra, do deputado Bruno Araújo, em Cidades (ligado a Aécio), e do atual secretário de Segurança de São Paulo, Alexandre de Moraes (ligado ao governador Geraldo Alckmin), para o Ministério da Justiça.
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