postado em 11/05/2016 11:04
O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), disse nesta quarta-feira (11/5) que, se aprovado até o final da noite o impeachment da presidente Dilma Rousseff, vai combinar com a petista como ela será notificada nesta quinta-feira (12/5). Renan evitava cravar uma data para esta citação que abre prazo de 180 dias de afastamento de Dilma até que a comissão especial apure provas e fatos dos supostos crimes de responsabilidade apontados no pedido que culminou no processo.
Renan voltou a afirmar que não votará em nenhuma circunstância durante o processo. ;Estou lutando para manter a independência, isenção e imparcialidade. Votar seria negar tudo isto que fiz até agora;, afirmou. O senador disse, ainda, que ;fará tudo; para que a votação seja concluída até às 22h desta quarta.
[SAIBAMAIS]A sessão de votação estava marcada para 9h, mas começou com mais de uma hora de atraso. A expectativa é de que sejam mais de 15 horas de sessão, dividida em três blocos: de 9h às 12h; das 13h às 18h; e das 19h até o termino da votação, que pode resultar no afastamento da presidenta por 180 dias, caso o relatório do senador Antonio Anastasia (PSDB-MG) seja referendado por metade mais um dos senadores presentes à sessão de hoje. Se o relatório for rejeitado, o processo será arquivado.
Sobre a possibilidade de uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), prevista para a manhã de hoje, sobre o pedido da Advocacia-Geral da União para anulação das sessões da Câmara dos Deputados que aprovaram o processo, Renan afirmou que ;a política brasileira está judicializada;, mas disse ter confiança que qualquer decisão do STF estará de acordo com a Constituição.
Temer
Na terça-feira(10/5), Renan esteve reunido com o vice-presidente Michel Temer, que assumirá a cadeira de Dilma no período caso ela seja afastada. Ele classificou como uma ;conversa boa;, mas disse que, como presidente do Senado, cargo que ocupará até 1o de fevereiro do próximo ano, não pode se envolver na composição de um novo governo. ;Vou ajudar da forma que puder, institucionalmente. Não quero diretamente participar do governo;, afirmou.
O presidente do Senado disse que o Brasil está vivendo o dia de hoje porque não fez reformas estruturais. Ele alertou que, se Temer assumir o comando do Executivo, terá que se dedicar especialmente à reforma política e chamou a atenção para o fato de o Congresso ter que fazer uma revisão na Lei do Impeachment (1.079), que é de 1950, caso contrário, acredita que o Brasil terá vários eventos semelhantes ao de hoje na história.