postado em 12/05/2016 23:08
O ministro do Tribunal de Contas da União Augusto Nardes, responsável por recomendar a rejeição das contas da presidenta Dilma Rousseff em 2014, disse hoje (12/5) que a aprovação, pelo Senado, da admissibilidade do processo de impeachment contra ela foi uma ;vitória da cidadania;.Para o ministro, a aprovação, que levou ao afastamento de Dilma do governo por até 180 dias, foi uma ;conquista de todos os segmentos da sociedade brasileira;.
;A minha abordagem foi a transparência que nós precisamos exercer no país, seja nas contas, em qualquer área, é fundamental para esse novo tempo que a sociedade está vivendo. A sociedade vive, de certa forma, uma revolução, no sentido de que é necessário avançar e prestar contas de forma permanente para a sociedade, que paga os impostos;, disse Nardes, em encontro com lideranças políticas, empresariais e da sociedade civil na Associação Comercial do Rio de Janeiro.
Em palestra, o ministro do TCU apresentou o que chamou de Centro de Governo, um tipo de planejamento integrado das ações governamentais para ;entregar um melhor produto para a sociedade;. Segundo ele, a proposta já foi apresentada ao presidente interino Michel Temer, que teria demonstrado ;uma boa receptividade;.
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;Estive estudando o Centro de Governo americano, o chileno. É a capacidade de você fazer com que os órgãos que coordenam a administração façam chegar até a ponta da sociedade uma melhor educação, uma melhor saúde. O que considero fundamental para o Centro de Governo é uma integração entre os ministérios do Planejamento, da Fazenda e Casa Civil.;
Nardes também destacou a necessidade de buscar investimentos externos para tornar o país mais competitivo, além de fazer um levantamento de todos os gastos do governo, para identificar onde há possibilidade de ;enxugar; e tornar a máquina pública mais dinâmica, evitando ;gastos supérfluos;, segundo ele.
;Não no sentido exatamente da palavra supérfluo, mas no sentido de não estar feito de forma planificada corretamente, ou seja, sem projeto básico. Inicia uma obra e não termina porque não foi feito o planejamento adequado, sem o projeto executivo, então acaba sendo um gasto supérfluo, ou seja, começa e não termina a obra;, explicou.
Para o ministro do TCU, o processo de impeachment de Dilma é um ;divisor de águas; no Brasil no que se refere à aplicação da Lei de Responsabilidade Fiscal e deve reforçar a cobrança dos tribunais de contas estaduais e municipais e por mais transparência nos governos.