Eduardo Militão
postado em 16/05/2016 06:10
Modificações em órgãos de controle em tempos de grandes operações de combate à corrupção no país, feitas pelo presidente em exercício Michel Temer, trouxeram temores a entidades de classe e observadores do setor de segurança pública. A antiga Controladoria-Geral da União (CGU) deixou de ser parte da Presidência da República, uma suposta perda de poder na visão dos analistas da Casa. A Polícia Federal, que quer mudar o diretor, agora é chefiada por um ministro da Justiça considerado ;linha dura; e que defendeu a manutenção de Leandro Daiello no cargo. A Agência Brasileira de Inteligência (Abin) voltou a ser dirigida por militares, um ;retrocesso; na transparência, segundo os oficiais.
De sua parte, o governo rejeita os temores levantados. ;Essas mudanças vão melhorar o controle;, garante o deputado Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA), irmão do ministro da Secretaria de Governo da Presidência, Geddel Vieira Lima. ;Tivemos coragem de mudar. Vamos aguardar os resultados.; Para ele, não dá para agradar a todos.
A Medida Provisória 726, um dos primeiros atos de Temer, extinguiu a CGU e transformou-a no Ministério da Transparência, Fiscalização e Controle, desvinculado do Planalto. Para o presidente do Sindicato Nacional dos Analistas e Técnicos de Finanças e Controle (Unacom), Rudinei Marques, o problema não é só ;cosmético; com um nome associado à doutrina internacional do que significa ser uma controladoria. ;A gente sai da hierarquia da Presidência;, inicia ele. ;Você vai perder a autoridade para os atos dos outros ministros a corrigir e sanar irregularidades.;
Nesta segunda-feira, todas as unidades da ex-CGU fazem assembleia para debater o tema. Um encontro com o novo ministro, Fabiano Silveira, deve ocorrer entre hoje e amanhã. Para Vieira Lima, o nome pode até ser mudado, mas os temores não têm razão. ;Estão totalmente equivocados. Ao contrário, eles vivem pedindo mais autonomia? E todos os órgãos são ligados à Presidência.;
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