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Líder do governo na Câmara é investigado pela Lava-Jato e aliado de Cunha

O parlamentar ganhou notoriedade após Cunha chegar à presidência da Casa, quando passou a ser considerado o "homem de Cunha"

Agência Estado
postado em 18/05/2016 11:15
O parlamentar ganhou notoriedade após Cunha chegar à presidência da Casa, quando passou a ser considerado o

O novo líder do governo Michel Temer na Câmara dos Deputados, André Moura (PSC-SE), é um dos membros da chamada "tropa de choque" de Eduardo Cunha (PMDB-RJ), presidente afastado da Casa. Assim como o peemedebista, Moura também é formalmente investigado pela Operação Lava-Jato.

O parlamentar está em seu segundo mandato consecutivo de deputado federal (2011-2015 e 2015-2019) por Sergipe. Antes disso, foi deputado estadual por um mandato (2006 a 2010) e prefeito da cidade sergipana de Pirambu por dois mandatos (1997 a 2004), pelo extinto Partido da Frente Liberal (PFL).

Na Câmara dos Deputados, André Moura estava à frente da liderança do PSC na Casa desde março de 2012. O parlamentar, no entanto, só ganhou notoriedade após Cunha chegar à presidência da Casa, quando passou a ser considerado o "homem de Cunha".

[SAIBAMAIS]Toda essa proximidade fez com que Cunha, mesmo afastado, articulasse apoio de cerca de 300 deputados de 13 partidos para indicação de Moura para liderança do governo Temer. O parlamentar sergipano disputava o posto com Rodrigo Maia (DEM-RJ), defendido por siglas da antiga oposição, como PSDB, PPS e DEM.

Na Lava-Jato, o novo líder do governo é formalmente investigado sob suspeita de atuar em conjunto com outros aliados de Cunha para chantagear empresas na Câmara. A Procuradoria-Geral da República (PGR) suspeita que o grupo apresentou requerimentos e atuou na Casa para pressionar o grupo Schahin. O deputado nega.


Conselho de Ética
Moura é tido como um dos principais articuladores de Cunha no Conselho de Ética da Câmara, onde o peemedebista é alvo de processo que pode levar à cassação de seu mandato. O novo líder do governo Temer articulou a troca de membros do colegiado na tentativa de salvar o presidente afastado.

Nessas negociações, Moura também operou como mensageiro entre Cunha e ministros da presidente afastada Dilma Rousseff. Coube ao deputado negociar com o Planalto, a pedido do peemedebista, os votos do PT no Conselho de Ética em troca da não deflagração do impeachment da petista. A negociação, porém, não teve sucesso

Na Câmara, o novo líder do governo faz parte da bancada católica e empunha bandeiras como a criminalização do aborto e o Pacto Federativo. A proximidade com Cunha fez com que ele fosse escolhido presidente de comissões especiais, como a de Redução da Maioridade Penal e do Piso Nacional dos Vigilantes.

Moura nasceu em Salvador (BA), tem 44 anos e é casado com Lara Ferreira desde 1993, com quem tem dois filhos. O novo líder do governo não tem formação superior. Começou os cursos de administração de empresas e de gestão pública na Universidade Tiradentes, em Sergipe, mas não concluiu.

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