Caetano Veloso e Arnaldo Antunes participarão de shows na ocupação do prédio do Ministério da Cultura no Rio, engrossando o coro de artistas que demandam a saída do presidente em exercício Michel Temer e o resgate do MinC, extinto pelo novo governo e subordinado ao Ministério da Educação. O prédio está ocupado desde segunda-feira (16/5), por dezenas de artistas e trabalhadores da cultura, das áreas de teatro, cinema, música e dança. Edifícios da Cultura em Fortaleza, Natal, Recife e outras cidades também estão ocupados.
[SAIBAMAIS]O palco foi montado sob os pilotis do Palácio Capanema, no centro do Rio, onde funciona o MinC, a Fundação Nacional de Arte (Funarte) e outros órgãos da pasta extinta. A presença de Arnaldo Antunes foi confirmada numa apresentação nesta quarta-feira (18/5), às 16 horas, junto com o cantor Otto. A de Caetano, que se apresentaria, a princípio, com Erasmo Carlos e Lenine, ainda não tem data nem horário confirmados. Na noite de terça (17/5), foi realizado um concerto da Orquestra de Solistas do Rio de Janeiro. Todas as apresentações fazem parte da programação cultural da ocupação.
O manifesto dos artistas pela democracia, divulgado pelos ocupantes do MinC, exige a deposição de Temer. "Não reconhecemos Michel Temer como presidente do Brasil. Qualquer tipo de negociação com o Palácio do Planalto é uma forma de legitimação do golpe. Faremos a governança real e simbólica na luta pelos nossos direitos, ocupando - de forma pacífica, mas contundente - o Palácio Gustavo Capanema. A extinção do Ministério da Cultura significa e simboliza não só a perda dos direitos dos trabalhadores da Cultura, conquistados em uma longa história de lutas e desafios, mas também a perda dos direitos de cidadania do povo brasileiro, garantidos pela Constituição de 88. (...) Não aceitamos negociar com os coronéis do século 21".
Na sexta-feira (13/5), a Associação Procure Saber divulgou carta enviada a Temer, abrindo, portanto, o diálogo com ele. Assinam o texto Caetano, Chico Buarque, Gilberto Gil, Djavan, Erasmo, Milton Nascimento e Ivan Lins, entre outros artistas. A carta diz: "A cultura de um país, além de sua identidade, é a sua alma O Ministério da Cultura não é um balcão de negócios. As críticas irresponsáveis feitas à Lei Rouanet não levam em consideração que, com os mecanismos por ela criados, as artes regionais floresceram e conquistaram espaços a que antes não tinham acesso. É por tudo isso que o anunciado desaparecimento do Ministério da Cultura sob seu comando, já como chefe da nação, é considerado pela classe artística um grande retrocesso "