Paulo de Tarso Lyra, Natália Lambert
postado em 19/05/2016 07:09
Apesar de reticente ; tanto que não houve nota oficial confirmando a indicação, apenas uma comunicação à mesa diretora da Câmara ;, o presidente em exercício, Michel Temer, confirmou ontem que o deputado André Moura (PSC-SE) é o líder do governo na Casa. O parlamentar responde por improbidade admnistrativa, é mencionado na Lava-Jato e é acusado até de tentativa de homicídio. Ligado diretamente ao presidente afastado da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), Moura passa a ser o terceiro nome ligado a Cunha a ocupar um cargo importante na Esplanada. Os dois anteriores foram o subchefe de Assuntos Jurídicos da Casa Civil, Gustavo do Vale Rocha, e o chefe de gabinete da Secretaria de governo, Carlos Henrique Sobral.
[SAIBAMAIS]Os dois últimos, segundo interlocutores do presidente Temer, podem ter sido profissionais que trabalharam com Cunha, mas não foram indicados por ele. Carlos Henrique conhece o ministro da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima, há mais de 20 anos. Foi Geddel quem o teria indicado a Cunha e, neste caso, estaria apenas trazendo de volta para o Ministério alguém de confiança.
Já o caso de André Moura gera constrangimentos. Ele foi convidado por Temer para o cargo no fim da noite de terça-feira ; ;por volta das 21h30, 22h;, segundo o próprio novo líder do governo ; poucas horas depois de o presidente ter sido informado que o deputado sergipano, que comanda uma bancada com apenas nove parlamentares, tinha o apoio de quase 300 deputados. ;Na verdade, são 304, com o apoio que recebi hoje (ontem) do PV;, disse ele.
Interlocutores de Temer admitem a necessidade de votos na Câmara para aprovar as medidas do ajuste fiscal. E jogam na responsabilidade dos líderes que indicaram Moura a tarefa de blindar o Planalto pelo desgaste de indicar um deputado tão enrolado para liderar a bancada governista na Casa. André Moura garante que não foi nomeado líder por sua proximidade com Eduardo Cunha.
;Claro que não. Estou nesta casa há seis anos, dos quais cinco exercendo a liderança do meu partido. Tenho muito trânsito entre meus colegas e essa facilidade no diálogo e no relacionamento se aprofundou durante o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff;, alegou ele, assegurando, também, que ainda não conversou com seu padrinho político após a nomeação para o cargo.
A matéria completa está disponível aqui, para assinantes. Para assinar, clique aqui.