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Condenações da Operação Lava-Jato somam mais de mil anos de prisão

No âmbito das investigações de desvios na Petrobras já foram fechados 57 acordos, dos quais 52 foram de colaboração premiada

Agência Estado
postado em 19/05/2016 09:10
A soma das condenações de acusados na Operação Lava-Jato ultrapassou os mil anos. Até aqui, 74 investigados foram sentenciados a um total de 1133 anos e um mês de reclusão. A maior pena foi aplicada ao ex-ministro José Dirceu (Casa Civil no governo Lula). Ele pegou 23 anos e três meses de prisão por corrupção passiva, lavagem de dinheiro e organização criminosa.

No âmbito das investigações de desvios na Petrobras já foram fechados 57 acordos, dos quais 52 de colaboração premiada (incluindo a delação do empresário Fernando de Moura, quebrada pela Justiça), cinco de leniência (com empresas) e um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC).

"O emprego consistente e cuidadoso da colaboração premiada impulsionou a expansão da Lava-Jato, cujas penas, agora, ultrapassam mais de mil anos de prisão. O reconhecimento judicial, acolhendo pedido do Ministério Público, da violação do acordo reforça a importância da boa-fé e do compromisso com a verdade por parte dos colaboradores da Justiça. Violado o acordo, o colaborador se sujeita às penas integrais dos crimes como qualquer outro réu."

A força-tarefa da Lava-Jato já ofereceu, na primeira instância, acusação contra 207 investigados - entre executivos, funcionários ou sócios de empreiteiras, intermediários, operadores ou doleiros, ex-dirigentes da Petrobras e políticos - em 42 denúncias desde o início da operação, em março de 2014.

[SAIBAMAIS]Até a terça-feira (17/5) de maio, segundo a Procuradoria da República, 111 acusados haviam sido condenados em 18 processos, somando um total de 990 anos e 7 meses de condenações. Deste total de sentenciados, 93 foram condenados (83,78%), quatro absolvidos (3,6%) a pedido do próprio Ministério Público Federal e três réus absolvidos sem interposição de recurso (2,7%). Outros nove foram absolvidos e tiveram recursos interpostos (8,1%) e mais duas absolvições com a interposição de recursos já foram transitadas em julgado (1,8%).



Com a sentença do juiz Moro, nesta quarta-feira(18/5), que impôs 23 anos e 3 meses a Dirceu e outras pesadas sanções a réus ligados ao ex-ministro, as condenações passaram do marco de mil anos. Dirceu recebeu a maior pena da Lava Jato. A segunda maior agora é do ex-diretor de Serviços da Petrobras Renato Duque, que recebeu 20 anos e 8 meses, em outra ação cuja sentença é de setembro de 2015.

Na ação em que Dirceu foi condenado também recebeu pena o irmão do ex-ministro Luiz Eduardo de Oliveira e Silva (oito anos e nove meses de reclusão por lavagem e pertinência à organização criminosa). O empreiteiro Gerson Almada, da Engevix, foi condenado a quinze anos e seis meses de reclusão, por corrupção e lavagem de dinheiro. O empresário Fernando Moura, ligado ao PT e um dos delatores da Lava Jato, foi condenado a 16 anos e 2 meses de prisão. O ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto recebeu 9 anos de prisão por corrupção. Renato Duque pegou nesta ação 10 anos de reclusão por corrupção. O corretor de imóveis Júlio César dos Santos recebeu 8 anos de prisão por lavagem e pertinência à organização criminosa. Roberto ;Bob; Marques, ex-assessor de Dirceu, foi condenado a três anos de reclusão, pena que foi substituída por duas restritivas de direito: prestação de serviço à comunidade e prestação pecuniária.

O lobista Milton Pascowitch, delator e pivô da prisão de José Dirceu, pegou 20 anos e 10 meses de reclusão pelos crimes de corrupção, lavagem e pertinência à organização criminosa. Seu irmão, José Adolfo Pascowitch, foi condenado pelos mesmos crimes a 19 anos de prisão. O ex-gerente executivo da Petrobras Pedro Barusco, um dos delatores da Lava-Jato, pegou 9 anos de prisão. Como fizeram acordo de colaboração premiada, Barusco e os irmãos Pascowitch cumprirão as penas acordadas com o Ministério Público Federal.

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