Politica

Parente diz que não vai permitir políticos indicados por partidos

Ministro do governo Fernando Henrique Cardoso vai comandar a petroleira com a prerrogativa de nomear e demitir diretores. Para assumir, ainda precisa ser aprovado pelo conselho de administração

Naira Trindade
postado em 20/05/2016 07:25
O ministro da Casa Civil do governo de Fernando Henrique Cardoso Pedro Parente afirmou nesta quinta-feira (19/5), após aceitar o convite para assumir a presidência da Petrobras, que não permitirá que políticos indicados por partidos da base aliada do governo assumam cargos na petroleira. ;Não haverá indicações políticas na Petrobras, isso foi orientação clara do presidente Temer;, reforçou, após ser anunciado pelo ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, para substituir Aldemir Bendine.

Parente ressaltou que será sua prerrogativa, como presidente da estatal, indicar e propor a saída de diretores. ;Posso manter, posso tirar. Isso é uma prerrogativa do presidente executivo da Petrobras;, afirmou. ;Na companhia, os mecanismos de governança vão funcionar como uma empresa de primeiro porte. Então, posso tanto indicar quanto propor a saída dos diretores que é um processo de governança natural;, complementou.

Atualmente à frente do conselho de administração da BM, com mandato até agosto de 2017, Pedro Parente afirmou ter interesse de continuar no cargo. ;Se houver conflito de interesse obviamente terei de me afastar. Mas, estou no meio de um mandato e de uma transação relevante. Gostaria de continuar;, disse. Parente ressaltou que esse foi um ponto acordado com Temer, que não se opôs. ;O presidente Michel Temer não colocou obstáculo para isso;, assinalou.

O indicado à presidência da Petrobras sublinhou que não haverá novas auditorias na companhia além das investigações que já estão em curso pelo comitê especial criado pelo conselho de administração, que conta com a ministra aposentada do Supremo Tribunal Federal (STF) Ellen Gracie. ;(Auditoria) É uma questão que foi adotada, está em andamento. Não creio que tenha nada de novo a fazer em relação a isso;, considerou. ;Não existe uma orientação para reauditar;, enfatizou.

Para assumir a presidência da petroleira, Parente ainda precisa ser aprovado pelo conselho administrativo. Ontem, ele informou não haver ainda data para que saia uma decisão sobre a indicação nem sobre quando está prevista a posse dele na estatal após a provável aprovação. Há uma expectativa, apesar de não confirmada oficialmente, de um encontro na próxima segunda-feira.

Adeus a Bendine

Por meio de nota, a Secretaria de Comunicação da Presidência agradeceu os ;inestimáveis serviços prestados; pelo presidente Aldemir Bendine. ;Bendine conduziu com êxito o início da recuperação da Petrobras, revelou suas qualidades de dedicado executivo, reproduzindo trajetória de sucesso antes alcançada no comando do Banco do Brasil. O presidente interino tem certeza de que o conselho de administração coordenará uma transição profissional e transparente, de forma a preservar os altos interesses da companhia e do povo brasileiro.;

Ministro do governo FHC, Parente teve como principal desafio o problema do apagão de energia enfrentado em 2001. O racionamento de energia se arrastou até os primeiros meses de 2002, desgastando a popularidade do ex-presidente, mas enalteceu a postura do ministro na condução do problema.

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