Eduardo Militão
postado em 23/05/2016 12:43
O delegado da Polícia Federal Luciano Flores de Lima afirmou nesta segunda-feira (23/5) que empresas ligadas a João Cláudio Genu, ex-tesoureiro do PP e ex-assessor do falecido deputado José Janene (PP-PR), receberam mais de R$ 7 milhões ;sem demonstração da origem lícita;. O investigador da Operação Lava-Jato disse que, comprovadamente, já se sabe que Genu ficou com R$ 2 milhões de propinas para si. Os valores foram pagos entre 2005 e 2013, mesmo depois de ele ter sido condenado no caso do mensalão ;um dos crimes prescreveu e ele foi absolvido da condenação de lavagem num recurso em 2015.
Genu, preso hoje na 29; fase da Operação Lava-Jato num hospital em Brasília quando acompanhava um paciente, foi levado para sua residência. Lá acompanhou os policiais fazerem as buscas até ser conduzido para a carceragem da PF em Brasília. Ele deve ser levado para a PF em Curitiba. O juiz da 13; Vara Federal da capital paranaense, Sérgio Fernando Moro, determinou a prisão preventiva ; por tempo indeterminado ; dele. Ordenou ainda a detenção a temporária, por cincos dias, de Lucas Alves Amorim, apontado como sócio de Genu, e do empresário Humberto do Amaral Carrilho, que está no exterior e é considerado foragido. Foram cumpridas seis buscas e apreensões no Rio de Janeiro, Brasília e Recife, na ação apelidada de ;Respescagem;.
[SAIBAMAIS]Flores informou que Lucas Amorim é sócio de Genu em várias empresas ;sobre as quais há i indícios de que servem para lavar dinheiro desde a época do mensalão até a Lava-Jato;. Segundo ele, são firma de construção civil no Distrito Federal. ;Mostramos que que mais de R$ 7 milhões entraram nas contas dessas empresas, inlcuisve em nome da esposa de Genu, a Claudia, e do cunhado dele, Antonio Gontijo;, disse ele em entrevista coletiva na manhã de hoje em Curitiba. ;Mais de R$ 7 milhões entraram sem demonstração da origem lícita desse dinheiro.; O delegado detralhou que se trata de depósitos e transferências bancárias.
No entanto, ressaltou que Genu recebia valores em espécie do esquema de desvios da Petrobras, às vezes de Alberto Youssef, às vezes de empregados do doleiro Carlos Habib Chater, dono do Posto da Torre em Brasília, já condenado na Lava-Jato. Flores contou que há até recibos assinados para comprovar informações prestadas por delatores, como o lobista Fernando Baiano e o doleiro Alberto Youssef.
A participação do empresário Humberto do Amaral Carrilho está relacionada a dois fatos. Ele foi acusado pelo ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa de pagar-lhe propina para fazer um terminal de navios no Amazonas. Outra suspeita da PF é que ele estivesse escondendo patrimônio de João Cláudio Genu no exterior.
;Deboche;
Flores considerou a atuação de Genu um verdadeiro ;deboche; à Justiça brasileira pelo fato de receber propinas durante o julgamento do mensalão ; o que, semana passada, causou a condenação do ex-ministro da Casa Civil José Dirceu. ;Em época pouco distante, havia um extremo deboche da Justiça criminal brasileira;, disse.
;Esperamos que essa impunidade que antes havia no pensamento criminosos, hoje dê lugar para o mede de ser preso por ter roubado dos cofres públicos e dê lugar para o medo de que a investigação no Brasil é efetiva e que o Pode Judiciário condena e mantém preso quem tem que ser manter preso, como são essas pessoas que cometem reiteradas vezes os mesmos crimes mesmo estando condenados recentemente.;