Politica

Romero Jucá anuncia licença do cargo de ministro do Planejamento

Áudios vazados nesta segunda-feira (23/5) mostram o peemedebista pedindo um pacto para, supostamente, barrar o avanço da Operação Lava-Jato

Fernando Jordão - Especial para o Correio
postado em 23/05/2016 17:02

Áudios vazados nesta segunda-feira (23/5) mostram o peemedebista pedindo um pacto para, supostamente, barrar o avanço da Operação Lava-Jato

O ministro do Planejamento, Romero Jucá, anunciou, na tarde desta segunda-feira (23/5), que vai se afastar da pasta até que o Ministério Público se manifeste sobre o conteúdo dos áudios vazados pelo jornal Folha de S. Paulo, em que ele pede um Segundo o peemedebista, após a manifestação do MP, o presidente em exercício, Michel Temer, terá liberdade para reconduzi-lo ou não ao Ministério.


Durante um rápido pronunciamento à imprensa, Jucá disse que é um dos "construtores do novo governo" e que não permitiria que "manipulações mal intencionadas" atrapalhassem a gestão de Michel Temer. Assim como fez em entrevista coletiva concedida pela manhã, o peemedebista negou que tenha a intenção de atrapalhar as investigações da Lava-Jato e afirmou que, inclusive, tem "defendido separar o joio do trigo para que não pairem dúvidas sobre a classe política brasileira".

Jucá vai, agora, reassumir o mandato como senador por Roraima. Ele enfatizou que vai acompanhar a votação e "ajudar a aprovar" a alteração da meta fiscal que será julgada no Senado. A meta projetada pelo governo da presidente afastada Dilma Rousseff previa um deficit de R$ 96,6 bilhões. Contudo, na sexta-feira, o governo provisório divulgou uma defasagem de R$ 170,5 bilhões, considerada a maior da história.

[SAIBAMAIS]Ainda sobre a votação, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) anunciou que vai antecipar a sessão no plenário da Casa para avaliar a alteração da meta. Prevista para as 16h desta terça-feira (24/5), a deliberação deve começar às 11h. Correligionário de Temer, Calheiros garantiu que vai ajudar o peemedebista "do mesmo modo que ajudou Dilma". "O que está em jogo não é o Michel, é o Brasil", afirmou.

Áudios

As gravações que culminaram no pedido de licença de Jucá revelam uma conversa dele com o ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado. O peemedebista sugere a existência de um pacto para tentar deter o avanço da Operação Lava-Jato e relacionou o impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff a um eventual abrandamento ou interrupção das apurações.

Tanto Jucá quanto Machado, que já foi senador e tinha apoio político do PMDB para comandar a subsidiária da Petrobras, estão entre os alvos da operação. "Tem que mudar o governo para estancar essa sangria", disse o ministro licenciado a Machado.

Nas conversas, de cerca de 1h15, que estão em poder dos investigadores do esquema de corrupção na Petrobras e ocorreram semanas antes da votação da admissibilidade do impeachment de Dilma Rousseff no plenário da Câmara dos Deputados, Jucá disse, sem citar nomes, que tinha conversado sobre a necessidade de brecar a Lava-Jato com ministros do Supremo Tribunal Federal. Ele disse que um governo Michel Temer deveria construir um pacto nacional com o STF. E o ex-diretor da Transpetro retrucou: Aí parava tudo". "E. Delimitava onde está, pronto.", respondeu o ministro.

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