Em resposta à veiculação da gravação em que o ministro do Planejamento, Romero Jucá, sugere travar a investigação da operação Lava-Jato, e cita quatro senadores do PSDB, o partido divulgou uma breve nota alegando que não existe qualquer acusação contra parlamentares na conversa.
"Não existe nos diálogos nenhuma acusação ao PSDB e aos senadores citados", diz a nota enviada pela assessoria do presidente do partido, Aécio Neves (MG).
O senador foi citado quatro vezes no diálogo entre Jucá e o ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado. De acordo com Jucá, a "ficha caiu" entre os tucanos de que a investigação iria chegar a todos. Jucá disse ainda que Aécio seria o primeiro "a ser comido".
Em outro momento, Machado indagou: "Quem não conhece o esquema do Aécio? Eu, que participei de campanha do PSDB." Na nota, o PSDB também minimiza que a referência seja a algum esquema que envolva o presidente da sigla e alega que a menção é relacionada ao apoio do PSDB à eleição de parlamentares do PMDB na presidência da Câmara e do Senado.
"No que diz respeito à menção à eleição do senador Aécio Neves para presidente da Câmara dos Deputados, em 2001, ela se refere ao entendimento político pelo qual o PSDB apoiou o candidato do PSDB para presidente do Senado e o PMDB apoiou o candidato do PSDB para presidente da Câmara", diz a nota.
Gravação
Em uma conversa, revelada pelo jornal Folha de S. Paulo entre Jucá e o ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado, Jucá sugere a existência de um pacto para obstruir a operação Lava Jato e diz que é preciso "estancar a sangria".
Na mesma gravação, Jucá sugere ainda que uma solução para travar a operação da Polícia Federal seria por meio do impeachment da presidente Dilma Rousseff e a consequente ascensão do vice Michel Temer. Mesmo antes do início do governo provisório de Temer, Jucá já se destacava com um dos principais aliados do presidente.