postado em 23/05/2016 23:14
Após reunião da executiva nacional, o PV decidiu nesta segunda-feira (23/5) se declarar independente em relação ao governo do presidente em exercício Michel Temer. Apesar da posição, a sigla tem um deputado, Sarney Filho (PV-MA), à frente do Ministério do Meio Ambiente. O partido ainda não deliberou sobre a necessidade de que Sarney se licencie da sigla para continuar no ministério. O partido estava rachado sobre o apoio ao governo interino. Uma ala, encabeçada pelo líder da legenda no Senado, Álvaro Dias, era a favor de a sigla ser oposição. Outra ala, em que se inclui o líder do partido na Câmara, Evandro Gussi (SP) tem uma posição contrária, mas foi voto vencido. A bancada do PV tem nove votos na Câmara.
"O governo interino não conversou com o partido. Ele fez um pedido diretamente ao Zequinha Sarney (Filho). Ele (Sarney) entendeu e nós procuramos entender que é um momento importante. Mas é um convite pessoal. O partido, diante disso, entendeu que temos de ficar independente e fazendo um papel propositivo, de fiscalização propositiva, mas quer deixar claro que não participa do governo Temer", disse o vice-presidente nacional do partido Eduardo Brandão (DF).
A reunião já estava marcada, mas a decisão acabou sendo tomada no mesmo dia em que foi divulgado o teor de uma gravação entre o ministro do Planejamento Romero Jucá (PMDB-RR) com o ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado. O conteúdo do áudio, divulgado pela Folha de S.Paulo, mostra a sugestão de um plano para frear a Lava-Jato.
Brandão afirmou que a necessidade de Sarney Filho se licenciar do partido chegou a ser ventilada, mas não ainda houve votação a respeito. "Isso está em aberto. Como é uma questão delicada, achamos por bem aguardar mais um tempo", afirmou.
Na reunião, o partido também fechou questão sobre a posição a favor da cassação do mandato do presidente afastado da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).