Jornal Correio Braziliense

Politica

Renan diz que diálogos em gravações não têm a ver com Lava-Jato

Em um dos trechos das conversas, Machado sugere a Renan "um pacto", que seria "passar uma borracha no Brasil" e cita o Supremo Tribunal Federal (STF)



[SAIBAMAIS]Sobre essa citação do senador Aécio Neves (PSDB-MG), a nota diz que Renan pede desculpas "porque se expressou inadequadamente". Na gravação, Renan disse que o tucano estava com medo e o procurou pedindo para que o senador acompanhasse a delação do ex-senador Delcídio do Amaral para ver "se tem mais alguma coisa". Segundo o texto, Renan se referia a um contato do senador mineiro que expressava indignação e não medo.

Em outro trecho, o presidente do Congresso afirma que uma delação da empreiteira Odebrecht "vai mostrar as contas". Na interpretação do jornal, essa seria uma referência à campanha eleitoral da presidenta afastada Dilma Rousseff. Sérgio Machado ressalta que "não escapa ninguém de nenhum partido". "Do Congresso, se sobrar cinco ou seis, é muito. Governador, nenhum;, afirma o ex-presidente da Transpetro.

Durante uma das conversas, Renan se mostra incomodado ao ser informado pelo senador Jader Barbalho (PMDB-PA) de que o presidente afastado da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), esteve com o presidente em exercício Michel Temer em março, antes de o peemedebista assumir a presidência da República interinamente. ;Como é que está, como é que está tua relação com o Michel?;, pergunta Machado. ;Michel, eu disse pra ele, tem que sumir, rapaz. Nós estamos apoiando ele, porque não é interessante brigar. Mas ele errou muito, negócio de Eduardo Cunha... o Jader me reclamou aqui, ele foi lá na casa dele e ele estava lá o Eduardo Cunha. Aí o Jader disse: ;Porra, também é demais, né?;;, respondeu Renan Calheiros.

A nota reiterou ainda as críticas de Renan ao deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), a quem Renan chamou de ex-presidente da Câmara. Cunha está afastado do mandato e da presidência da Câmara, por uma liminar expedida pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

Outras conversas
Romero Jucá (PMDB-RR) também teve conversas divulgadas pela Folha de S. Paulo. O senador foi exonerado do comando do Ministério do Planejamento e só retorna ao cargo depois de a Procuradoria-Geral da República se manifestar sobre a questão.