Após mais de seis meses de manobras protelatórias, ameaças, modificação de membros e pressão nos integrantes do colegiado, o relator do caso Eduardo Cunha (PMDB-RJ) no Conselho de Ética da Câmara, Marcos Rogério (PDT-RO), vai entregar amanhã, às 11h, o relatório pedindo a cassação do mandato do parlamentar. A expectativa é de que o presidente do colegiado marque sessão para leitura do relatório apenas na quinta-feira.
[SAIBAMAIS]Como deve existir pedido de vista, o conselho só pode voltar a debater o documento após um prazo de dois dias. O mais provável é que a votação do pedido de cassação do mandato do parlamentar só ocorra em 9 de junho, uma quinta-feira. A assessoria de imprensa do presidente do colegiado, José Carlos Araújo (PR-BA), informou que, se o relatório for aprovado, vai para a Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) da Câmara. Como já passou o prazo de 90 dias úteis para a conclusão do processo, o relatório terá caráter de medida provisória e projeto de urgência e pode ser pautado para ir ao plenário da Câmara imediatamente. O prazo legal de conclusão se encerrou em 25 de abril.
O peemedebista é acusado de ter mentido ao dizer que não tinha contas secretas no exterior durante depoimento espontâneo à CPI da Petrobras na Câmara, em 2015. Investigações da Operação Lava-Jato, no entanto, mostraram que o peemedebista possui contas na Suíça que foram supostamente abastecidas por recursos desviados da estatal. A defesa de Cunha atesta que ele não mentiu. Os advogados salientam que o peemedebista não tem contas no exterior em seu nome, mas, sim, offshores. Eles insistem que os valores que o presidente da Câmara tem na Suíça foram transferidos para trustes no passado e que elas são investimentos, não contas.
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