Uma das coordenadoras da Operação Lava-Jato no Paraná, a delegada Erika Mialik Marena, 40 anos, foi a mais votada na eleição para compor lista tríplice para indicar um novo diretor geral para a Polícia Federal. Dos 2.500 delegados, 1.338 votaram. Erika ficou com 1065 votos, segundo resultado anunciado nesta terça-feira (31/5), em Brasília. O secretário-adjunto de Segurança Pública de Minas Gerais, Rodrigo Teixeira, teve 924 votos e também entrou na lista. E outros 685 votos foram para o chefe da delegacia de Montes Claros, Marcelo Freitas, que prendeu o prefeito ;exemplo; para o Brasil mencionado na votação do impeachment pela mulher dele, a deputada Raquel Muniz (PSD-MG). Cada policial poderia dar três votos dentre nove candidatos.
O diretor geral, Leandro Daiello, deve deixar o cargo depois das Olimpíadas, segundo o presidente da associação dos delegados (ADPF), Carlos Sobral, organizadora da eleição. No entanto, cabe ao presidente interino, Michel Temer, decidir se troca o comando e se, a exemplo do que acontece no Ministério Público, utilizará a lista tríplice para dirigir a Polícia Federal. Interlocutores do Planalto disseram ao Correio que, por enquanto, Temer sequer pensa em tirar Daiello.
Sobral acredita que o interino vá referendar algum nome indicado na terça-feira. Ele entende que o ministro da Justiça, Alexandre Mores, que não a considera a votação ;necessária;, deverá mudar de opinião. ;Como o presidente disse que vai respeitar a praxe do Ministério Público, temos a total confiança e convicção que adotará a pratica saudável da lista tríplice.;
Erika disse ao Correio que o importante é que o processo foi isento. ;A Lava-Jato sairá fortalecida com a escolha de qualquer um dos candidatos da lista, indicados em processo técnico, isento e transparente para a direção da instituição;, afirmou.
Após ser eleito para compor a relação, Teixeira disse que 1.338 colegas ;tiveram a coragem de votar;. O delegado afirmou que ele, Erika e Freitas ;têm compromisso com a classe, de fazer uma legislação e de trabalhar em prol da sociedade;.
Marcelo Freitas, que chefia núcleo que fez centenas de operações em sete anos, disse ao Correio que, apesar de estar no lista, torce pela indicação de Erika. Assim como a colega, ele acredita que Temer vá seguir as indicações feitas pela categoria. ;Estamos passando por uma fase em todo cenário nacional e há necessidade de fortalecimento das instituições;, justificou.
Em guerra interna com os delegados, a federação dos agentes (Fenapef) criticou a votação. ;O diretor deve ser escolhido por critérios de competência e experiência em gestão administrativa, para que atenda ao interesse público;, disse o presidente da entidade, Luis Boudens.