postado em 01/06/2016 06:26
A uma semana da votação do relatório que vai pedir a cassação do mandato do deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), o peemedebista, mesmo afastado das funções por ordem do Supremo Tribunal Federal (STF), manobra para tentar salvar a pele. O presidente interino da Câmara, Waldir Maranhão (PP-MA), aliado de Cunha, encaminhou questionamentos à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Casa para tentar livrar o político carioca. A tramitação do processo no colegiado já é a mais longa da história. Arrasta-se, mesmo com prazo legal de 90 dias para conclusão, há mais de seis meses. Ontem, antes de o deputado Marcos Rogério (DEM-RO) entregar o relatório de 84 páginas, o presidente do Conselho de Ética, deputado José Carlos Araújo (PR-BA), foi representado em cinco procedimentos na Corregedoria da Câmara. Ele tem cinco dias para apresentar defesa e, se o processo for instaurado no colegiado, vai se afastar.
[SAIBAMAIS];É mais uma manobra de Cunha. Há uma disposição dele de afastar membros do Conselho de Ética que tenha uma posição firmada, mas eu não vou me render;, atestou José Carlos Araújo. Ele assinou a notificação na frente da imprensa, minutos antes de receber o relatório das mãos do deputado Marcos Rogério. ;Mesmo afastado, tudo leva a crer que ele (Cunha) continua manejando os seus tentáculos nessa Casa. Mas não vamos ficar intimidados. Eu não tenho medo e não vou ficar intimidado. O processo está se afunilando para acabar e as coisas estão começando a ficar insuportáveis, mas não vou me render, não vou me entregar. Vão tentar me afastar, mas nós vamos resistir;, afirmou.
Foram registrados cinco procedimentos contra Araújo, três deles foram apensados porque versavam sobre o mesmo tema. O deputado abriu o envelope e leu em voz alta para a imprensa as acusações contra ele próprio. Uma delas, de acordo com o deputado, o acusa de ter recebido R$ 75 mil de um deputado da Bahia. O documento, assinado por um vereador de um município do interior baiano, atesta que Araújo teria distribuído o dinheiro com políticos da região. Em outra acusação, ele é apontado por ter usado seu motorista como laranja para compra de um imóvel.
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