Agência Estado
postado em 01/06/2016 11:48
O presidente em exercício Michel Temer afirmou nesta quarta-feira (1/5), ao dar posse para presidentes de bancos públicos e estatais que a escolha dos executivos visa dar transparência e atender aos anseios da sociedade brasileira e fez questão de frisar que seu governo não tem a intenção de interferir na Operação Lava-Jato."Eu quero revelar pela enésima vez que ninguém vai interferir na chamada Lava-Jato", disse. "Eu tomo a liberdade, sem nenhum deboche, de dizer pela enésima vez, não haverá a menor possibilidade de interferir na Lava-Jato", disse, em cerimônia de posse de presidentes de bancos públicos, da Petrobras e do IPEA, no Palácio do Planalto.
Temer afirmou que não queria falar "em herança de nenhuma espécie" e que apenas revela a verdade dos fatos para que "eventuais oportunistas" não venham atribuir ao seu governo erros do passado. "Precisamos modificar esses hábitos de que se instalaram como se o passado fosse responsável por tudo", ponderou.
Segundo ele, esses "eventuais oportunistas", já falam que em apenas 19 dias de governo ele é o responsável pelos 11 milhões de desempregados. "Percebem?", indagou a plateia, formada por executivos. Temer disse ainda no início de seu discurso que apesar do pouco tempo no cargo, "a impressão" que ele tem é que já se passaram 3 ou 4 anos.
Ao agradecer Pedro Parente por assumir o comando da Petrobras, Temer destacou que a estatal "é o melhor exemplo da situação difícil que enfrentamos". "A empresa que já foi motivo de orgulho foi vitimada por práticas que a desmerecem. E empresas dessa importância devem ser cuidadas e valorizadas", afirmou. "Parente, que você faça que voltemos a ter orgulho da Petrobras", pediu.
O presidente em exercício pediu aos executivos para trabalharem "duro e ter o interesse público no horizonte". "Preservar ética e transparência de decisões em todas as gestões, estar em sintonia com anseios da sociedade", pediu Temer. "E ser intransigente com tudo que se afasta de legalidade."
[SAIBAMAIS]Temer destacou ainda que os escolhidos são pessoas capacitadas tecnicamente e que suas decisões visam construir um estado eficiente. "Não existe no Brasil espaço para Estado inchado e ineficiente", afirmou. Citando o lema de seu governo "ordem e progresso", Temer disse que o estado precisa oferecer oportunidades para o progresso e empreendedorismo e ser pautado na ideia da ordem.
De acordo com o presidente em exercício, apenas com um estado eficiente é que as conquistas sociais podem realmente ser duradouras. "O Estado que queremos não é grande nem pequeno, não é máximo nem mínimo, é eficiente e suficiente" afirmou.
Além de Parente, tomaram posse na cerimônia de hoje o ex-ministro Gilberto Occhi na Caixa Econômica Federal; Maria Silva Bastos Marques, no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES); Paulo Caffarelli, no Banco do Brasil; e Ernesto Lozardo, no Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).
Ao elogiar os executivos, Temer afirmou que Maria Silva à frente do BNDES lhe dá "enorme tranquilidade". O presidente em exercício também destacou a trajetória dos outros nomeados e disse que confia em cada um "para essa etapa decisiva da vida nacional".
Crise
Temer usou seu tempo para fazer balanço dos primeiros dias do seu governo interino e ressaltar o "cenário" em que encontrou o País, depois do afastamento da presidente Dilma Rousseff. O País se encontra mergulhado em uma das grandes crises de sua história Problemas ocasionados por erros comprometeram a governabilidade e a qualidade de nossa gente", discursou Temer. Em seguida, citou que o desemprego já atinge mais de 11 milhões de pessoas, disse que a inflação ainda inspira vigilância e lembrou que o déficit estimado em R$ 96 bilhões pelo governo anterior na revisão da equipe do ministro Henrique Meirelles ultrapassou a marca de R$ 170 bilhões.
"Tenho a mais absoluta convicção de que é possível reverter esse quadro, retomar a confiança e o crescimento", afirmou. Temer disse que conta dia a dia do seu governo e que pode dizer que já apresentou ao País uma "agenda construtiva". O presidente em exercício listou como pontos dessa agenda redução no número de ministérios e a aprovação pelo Congresso da nova meta fiscal. Ele agradeceu aos parlamentares da base aliada pela primeira "vitória" do governo.