Politica

Cunha: Conselho de Ética deve votar texto de relator na próxima semana

Deputado Marcos Rogério recomenda ao Conselho de Ética a perda do mandato do presidente afastado da Câmara, Eduardo Cunha. No parecer, parlamentar detalha o dinheiro secreto mantido na Suíça

Natália Lambert
postado em 02/06/2016 09:34
Marcos Rogério, do DEM de Rondônia, apresentou um parecer com 84 páginas e crava que Eduardo Cunha mentiu à CPI da Petrobras ao negar contas no exterior

O deputado Marcos Rogério (DEM-RO), relator do procedimento instaurado contra o presidente afastado da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), no Conselho de Ética, pediu ontem, durante leitura do relatório, a cassação do mandato do parlamentar. Rogério e o presidente do colegiado, José Carlos Araújo, emocionados, choraram ao fim da sessão. Em 84 páginas, com provas contundentes, o relator atestou que o peemedebista mentiu à CPI da Petrobras, em 2015, ao negar que teria contas no exterior.

O parlamentar detalhou informações sobre quatro contas secretas, utilizadas na Suíça para esconder dinheiro sujo de propina proveniente do esquema de corrupção da Petrobras. São elas: Orion, Triumph, Netherton e Kopek. Assim que a leitura foi concluída, após seis horas, aliados de Cunha pediram vista coletiva, cujo prazo pra devolução é de dois dias úteis ; com isso a votação do texto deve ocorrer na semana que vem, provavelmente na quinta-feira. Levantamento feito com integrantes do colegiado aponta uma vantagem de Cunha. Seus aliados somam 10 votos. Os contrários ao presidente afastado são nove. A deputada Tia Eron (PRB-BA), até o momento, é a única indecisa. Em caso de empate, o presidente do Conselho de Ética, José Carlos Araújo, que defende a cassação, pode votar.



O relatório atestou que ;o deputado Eduardo Cunha mentiu à CPI, pois sempre soube e teve pleno conhecimento de que ele era o verdadeiro proprietário do dinheiro;. Marcos Rogério destacou ainda que houve várias omissões do peemedebista em relação à Receita Federal. ;Durante anos, o deputado Eduardo Cunha omitiu à Câmara dos Deputados, e nas sucessivas declarações de Imposto de Renda apresentadas à Receita Federal, a titularidade de milhões de dólares no exterior;, salientou.

Em seguida, o voto do relator afirma que ;quando prestou depoimento à CPI da Petrobras, em 12 de março de 2015, ocasião em que afirmou nunca ter tido contas fora do Brasil, o representado havia acabado de retornar de Paris, viagem na qual ele, a esposa e a filha gastaram com cartões de créditos vinculados a contas na Suíça no valor de 46.601,56 dólares em hotéis, lojas e restaurantes de luxo;.

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