O presidente em exercício, Michel Temer, usou a maior parte do seu breve discurso na cerimônia de posse do novo ministro da Transparência, Torquato Jardim, para elogiar o trabalho do Congresso e reforçar o pedido de apoio dos parlamentares. "Hoje estou fazendo 20 dias de governo ainda interino e tive a oportunidade de ver a Câmara e Senado trabalhando ativamente, algo que não ocorre há muito tempo", afirmou Temer nesta quinta-feira (2/6).
O presidente em exercício chegou a pedir uma salva de palmas pelo trabalho dos deputados, que na madrugada desta quinta-feira aprovaram o projeto de Desvinculação de Receitas da União (DRU). "Foi um apoio indispensável ao Poder Executivo", completou.
Nesta madrugada, o plenário da Câmara dos Deputados aprovou, em primeiro turno, a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que prorroga a DRU até 2023. Em uma demonstração da força da base aliada de Temer no Congresso Nacional, a matéria foi aprovada por 334 votos a 90 - mais do que os 308 votos mínimos necessários para aprovar uma PEC na Casa. Houve ainda duas abstenções.
[SAIBAMAIS]Temer lembrou a aprovação da meta fiscal na semana passada. "Temos tantos outros projetos pela frente e vamos precisar da Câmara dos Deputados", afirmou. Segundo ele, esse apoio ao Executivo também é importante para "revelar aos olhos da população" a integração entre os Poderes.
Ao dirigir-se a Torquato, Temer exaltou as qualidades do ministro, disse que ele tem um currículo invejável e até fez uma brincadeira, afirmando que tinha "inveja" pois Torquato viajou o mundo para dar palestras. "Eu não tive essa honra".
Temer desejou sucesso ao novo ministro, alçado ao posto após Fabiano Silveira deixar o cargo na última segunda-feira (30/5), depois da divulgação de conversas gravadas pelo ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado. "Torquato, vá em frente, ajude esse governo porque acho que nós merecemos esse apoio para tirar o país da crise extraordinária", afirmou.
Em seu discurso, Torquato chegou a se emocionar ao destacar a democracia brasileira, citar que seu pais não tiveram a oportunidade de viver em regime democrático e viveram na época do Estado Novo. O novo ministro ressaltou que enfrentará os desafios da pasta "sob o manto da Constituição".