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Lira adia votação do calendário do impeachment para aguardar recurso

Segundo o presidente da comissão, ele "não encontrou uma saída para negar a questão de ordem" apresentada pela senadora Simone Tebet (PMDB-MS), mas ficaria "mais confortável se a decisão fosse tomada na instância máxima que é o STF"



No cronograma inicial feito pelo relator Antonio Anastasia (PSDB-MG), que seria votado hoje pelos parlamentares, a defesa e a acusação teriam 15 dias cada para apresentar suas considerações por escrito. Com o entendimento de Simone, o prazo seria reduzido de 30 para 10 dias. Caso Lewandowski mantenha a decisão do presidente de acatar a questão, a votação no plenário deve ocorrer no dia 12 de julho, e não no início de agosto como estava previsto. Depois da apreciação do parecer no plenário, o presidente do Supremo, responsável por presidir a sessão, tem até 10 dias para convocar o julgamento final, que deve acontecer ainda em julho.

A decisão do presidente da comissão de aceitar a questão de Simone gerou bate-boca entre os parlamentares. "Isto aqui é um tribunal de exceção. Isto é um escândalo! Os senhores querem, em um mês e uma semana, votar o afastamento de uma presidenta? É um escândalo! A Senadora que me antecedeu citou o caso do Collor. No caso do Collor, volto a dizer, não havia sequer um senador defendendo o Collor. E os senhores estão querendo estabelecer um prazo muito mais acelerado, em uma situação controversa como esta, onde todo mundo sabe que há dúvidas sobre a existência de crime de responsabilidade?", questionou Lindbergh Farias.