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Base interina usa informações de Odebrecht para impulsionar o impeachment

Presidente afastada nega pedido para empresário pagar dívidas

postado em 05/06/2016 07:50
Presidente afastada nega pedido para empresário pagar dívidas
As acusações feitas pelo empreiteiro e presidente da Odebrecht, Marcelo Odebrecht, de que a presidente afastada Dilma Rousseff teria pedido a ele, pessoalmente, R$ 12 milhões como contribuição para a campanha presidencial de 2014, pode reforçar o discurso do impeachment no Senado, na opinião de aliados do presidente em exercício Michel Temer. Para o líder do DEM na Casa, Ronaldo Caiado (GO), Dilma deveria renunciar ao cargo. ;Já existiam insinuações nesse sentido e agora vem a comprovação final da participação direta da presidente da República em todos esses atos irregulares e criminosos na operação da Petrobras;, afirmou. ;Para mim, essa é a pá de cal. A possibilidade de ela negar a sua participação no processo é desmontada e cai por terra.;

Nas últimas semanas, sobretudo após as revelações de conversas envolvendo integrantes do governo e do PMDB em tentativas de barrar as investigações da Operação Lava-Jato, o placar do impeachment ficou instável. Na sexta-feira, por exemplo, vieram à tona trechos da delação do ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado na qual ele afirma ter pago R$ 70 milhões em propinas ao ex-ministro do Planejamento e senador Romero Jucá (PMDB-RR), presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) e ex-senador José Sarney (PMDB-AP).



Aliados de Temer, no entanto, ocultam as fragilidades do governo e focam na delação de Marcelo Odebrecht. Nela, o empresário afimou que, antes da conversa com a presidente, ele foi procurado pelo então tesoureiro da campanha petista, Edinho Silva (que posteriormente foi nomeado ministro da Secretaria de Comunicação Social), pediu diretamente o montante de R$ 12 milhões, mas ele se recusou a pagar. O empresário, então, teria procurado a presidente afastada, que teria afirmado: ;É para pagar;.

;Isso tudo vai consolidando ainda mais a condição do impeachment;, afirmou o senador Eunício Oliveira (PMDB-CE), evitando, porém, comentar diretamente a fala de Odebrecht. ;Não vou comentar delação de ninguém, porque não me cabe;. Já o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), acredita que a delação de Marcelo é ruim não apenas para Dilma, mas também para Temer, pois, em tese, configuraria crime eleitoral envolvendo a chapa presidencial PT-PMDB.

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